Leonardo Valle
Entre 1960 e 2010, o estoque mundial de oxigênio dos oceanos teve uma redução de 2%. Contudo, em determinadas regiões tropicais, a diminuição alcançou a 40%. As projeções para o ano de 2100 são de uma diminuição de até 7%. Os dados fazem parte do relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
O fenômeno está relacionado ao aquecimento global. A maior parte do excesso do calor retido pela Terra é absorvida pelos oceanos, o que impede a difusão do oxigênio da superfície até águas profundas. O problema impacta o meio ambiente, provocando perda de habitat de espécies e da biodiversidade dos oceanos.
Outra causa da perda de oxigênio dos mares é sua acidificação, provocada pelo aumento do dióxido de carbono (CO2) nas emissões de gases do efeito estufa, e da fertilização oceânica. Esta ocorre quando substâncias contendo elementos como fósforo e nitrogênio – usados em fertilizantes agrícolas – são arrastadas da terra, pela chuva, para os rios e chegam ao mar. Isso provoca o crescimento excessivo da população de algas, que consome mais oxigênio.
O estudo identificou mais de 900 regiões costeiras e mares semifechados, em todo o mundo, que sofrem com o problema. Destas, 700 têm problema de falta de oxigênio, enquanto na década de 60 eram 45.
Para impedir a expansão da baixa concentração de oxigênio nos mares, é necessário frear as emissões de gases de efeito estufa, assim como a poluição causada pela agricultura.
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