A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) desenvolveu um mapa detalhado sobre as reservas de carbono nos solos do mundo. O carbono está presente na matéria orgânica do solo e é fundamental para a sua fertilidade, possibilitando que ele retenha água e seja apto à produção de alimentos.
Os solos com alto conteúdo de carbono orgânico purificam melhor a água e dão às plantas boas condições de umidade. Segundo a FAO, essa água armazenada no solo sustenta 90% da produção agrícola mundial e representa cerca de 65% da água doce.
Além disso, as reservas deste elemento no solo também estão intimamente relacionadas à luta contra o aquecimento global e mudanças climáticas. A degradação das terras acarreta em liberação desta substância na atmosfera. Assim, preservá-lo no solo é uma maneira de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Para a FAO, restaurar os terrenos degradados poderia eliminar até 63 mil toneladas de carbono da atmosfera.
10 países concentram 60% do carbono
O mapa mostra as reservas desta substância nos primeiros 30 cm de solo. O documento ainda revela as áreas naturais com um elevado armazenamento de carbono que requerem conservação e regiões onde seria possível reter uma maior quantidade do material.
Em todo o mundo, os 30 primeiros centímetros do solo contêm cerca de 680 bilhões de toneladas deste elemento, quase o dobro do presente na atmosfera. Mais de 60% dessa quantidade estão concentradas em apenas dez países: Rússia, Canadá, EUA, China, Brasil, Indonésia, Austrália, Argentina, Cazaquistão e República Democrática do Congo.