A homofobia também atinge os indígenas e povos tradicionais. Para falar sobre o tema pelo olhar dos seus próprios protagonistas, o documentário “Terra Sem Pecado” entrevistou jovens LGBTI+ de diferentes aldeias O vídeo está disponível online na plataforma YouTube.
Em seus relatos, os entrevistados discutem a vivência da orientação sexual nas suas comunidades, na cidade e se ela entra, ou não, em conflito com a sua identidade de indígena. Além disso, o documentário aborda a influência da catequização cristã no preconceito vivido por quem exerce uma sexualidade não-heterossexual nesses espaços.
“Eu passava por xingamentos dentro do povo da própria comunidade”, conta Danilo Ferreira Alexandre, do povo Tupinikim, que estuda hoje ciências políticas na Universidade de Brasília (UnB).
“Não é só a questão da sexualidade, mas de saúde. Os próprios colegas que discriminam esse outro violentam a existência dessa pessoa. A gente já perdeu jovens e adolescentes para o suicídio”, relata a mestranda do em antropologia social, Braulina Auror, da comunidade Baniwa.
“A questão sexual é debatida dentro do povo, você não vive sua sexualidade no individual, mas no coletivo”, lembra Alisson, dos Pankararu. “A cidade é mais impactante no sentido do preconceito que a própria aldeia”, acrescenta.
O documentário tem direção de Marcelo Costa e é baseado na pesquisa “Homossexualidade indígena e LGBTQfobia no Brasil: duas faces da mesma moeda”.
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Crédito da imagem: print do documentário “Terra Sem Pecado”