Documentos, vídeos, livros e trabalhos acadêmicos que registram a trajetória da população negra em Juiz de Fora (MG) estão disponíveis para consulta online. O projeto “Juiz de Fora – Cidade Negra” é uma iniciativa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que busca reverter a invisibilidade e o apagamento desse grupo na memória da cidade. Boa parte dos materiais foi disponibilizada pela população do munícipio.
Conhecido antigamente como arraial de Santo Antônio do Paraibuna, Juiz de Fora se transformou em cidade no auge da expansão do café, sustentado pela importação de africanos escravizados. O nome do município como é conhecido hoje ocorreu em 1865.
“Sua tradição cafeeira consolidou-a como a principal cidade escravista de Minas Gerais, dado ratificado pelo censo de 1872 que apontava que 2/3 da população local era composta por negros escravizados”, explica o projeto.
Mas não só na lavoura cafeeira a presença negra foi intensa. “O trabalho de africanos e seus descendentes – cativos, libertos e nascidos livres – esteve também na base da precoce expansão industrial da cidade”, destaca.
Foi por conta da trajetória de ex-escravos no município que Juiz de Fora se tornou pioneira em pesquisas acadêmicas sobre o período pós-abolição.
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