Leonardo Valle
Para a sua formação em comunicação social na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tarisson Nawa, de 23 anos, produziu um documentário de 30 minutos sobre o seu povo. Por aproximadamente 100 anos, os Nawas foram considerados extintos nas terras que ocupavam no Vale do Juruá (AC).
Os indígenas foram expulsos de sua terra, mortos e escravizados nos seringais na época do boom da borracha. A história é contada no filme “Memórias Nawa: das malocas ao contexto urbano”, disponível na internet. Na produção, o autor entrevista os anciões do seu povo e registra os relatos sobre o tempo de exploração.
Outro tema destacado pelo documentário é a situação atual dos Nawa, agora vivendo em contexto urbano. Após a perseguição e a ruptura inicial desse povo com sua identidade, a maioria de seus representantes passou a habitar bairros de Mâncio Lima (AC), cidade onde o autor da obra também nasceu.
“O período da seringa era um tempo de quase escravidão, de ditadura. Eu cortei seringa por cinco anos, meu pai cortou a vida toda”, relembra um dos entrevistados.
Com G1
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Crédito da imagem: Tarisson Nawa/Arquivo pessoal