Confira o vídeo com audiodescrição
Casos de agressão contra os docentes naturalmente chocam a opinião pública. Porém antes que eles aconteçam, geralmente ocorre uma escalada silenciosa da violência, caracterizada por um processo de naturalização de situações ofensivas, como xingamentos, discussões e empurra-empurras, que podem ser tratadas como um problema menor, mas que não são. Esse é o panorama traçado pelo pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) Renato Antonio Alves.
O pesquisador ressalta que os conflitos mais comuns são os desentendimentos verbais, que requerem soluções mais simples do que os casos de agressões físicas. “A violência que aparece contra o professor é aquela que faz parte daquele espaço, inclusive entre os próprios alunos”, afirma, citando como exemplo para essas situações as brincadeiras violentas e apelidos de mau gosto.
Alves também pontua que, apesar da repercussão que agressões físicas geram, esses eventos não são tão corriqueiros quanto parecem. “Esses casos mais graves não são o cotidiano da escola”, diz. Mesmo assim, a violência contra o professor no Brasil é alta, em comparação com outros países. Pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com dados de 2013, colocava o Brasil em primeiro lugar em casos de agressão contra professores.
Já a edição mais recente da Talis (sigla em inglês para Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem), também da OCDE, que utiliza dados de 2018, não levantou casos de agressão. Ainda assim, em 10% das escolas pesquisadas no país houve relatos de casos de intimidação ou abuso verbal contra educadores.
Na entrevista, o pesquisador fala mais sobre as causas da violência física contra o professor, avalia o papel da punição e comenta estratégias para o combate dessa violência.
Confira o vídeo com audiodescrição:
Atualizado em 17/07/2024, às 11h33.
Muito bom para apresentar na ATPC
Adorei!?