O primeiro contato dos alunos com a literatura e as representações históricas brasileiras geralmente se dá por meio dos livros que fazem parte do currículo escolar e são matéria dos vestibulares. No entanto, em muitos desses livros existem estereótipos, termos racistas e representações sociais que reforçam preconceitos com afro-ameríndios. No vídeo, dois educadores falam sobre suas experiências com essa temática e como essas representações podem ser debatidas com os estudantes.

O professor de estudos comparados de literaturas em língua portuguesa na Universidade de São Paulo Emerson Inácio sugere que a leitura seja sempre feita de maneira conectada. Ele defende um olhar multidisciplinar, aproveitando conhecimentos prévios dos estudantes e promovendo debates mais qualificado sobre essas obras, com a necessidade da problematização dos conteúdos. “A gente imagina que seja capaz de formar leitores que sejam capazes de identificar todos esses traços e que possam começar a desmontar as estruturas que sustentam esses jogos de discriminação e preconceito.”, acredita Inácio.

A arte-educadora e autora Mafuane Oliveira traz também a reflexão de que a repetição do uso de obras com conceitos ultrapassados em sala de aula afasta os alunos e que é momento para constituir uma nova coleção de clássicos. Ela usa a literatura contemporânea para acolher as subjetividades de seus estudantes, possibilitando representações afirmativas de negros e indígenas e ressalta a importância de racializar os alunos durante as análises literárias. Ela apresenta também seu projeto de indicação de literatura infantojuvenil antirracista.

Veja mais:

Professores da rede pública combatem invisibilidade indígena nos currículos escolares

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