Rouquidão. Garganta seca. Pigarro. Dor. Os sintomas relacionados à voz fazem parte do cotidiano de professores e influenciam diretamente na aula. “Muitos relatam que já precisaram mudar a forma de trabalho por conta da voz em algum momento. Se antes dariam uma aula expositiva, por exemplo, optaram por passar um vídeo ou fazer outra atividade”, conta a fonoaudióloga responsável pelo Programa Saúde Vocal do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), Fabiana Zambon.
Um levantamento feito pelo Centro de Estudos da Voz em parceria com o Sinpro-SP apontou, em 2006, que 63% dos docentes da rede particular já apresentaram problemas relacionados à voz. Os fatores que afetam as cordas vocais são diversificados. Classes lotadas, barulho externo, salas sem preparação acústica e até o pó de giz fazem com que a voz fique sobrecarregada. “O ideal era que o treinamento da voz e comunicação estivesse na formação do professor. Infelizmente, muitos só buscam orientação quando o problema já se instalou”, lamenta Fabiana.
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Mudança de volume
Se não é possível mudar o ambiente, há a possibilidade da prevenção alterando alguns hábitos dentro e fora da sala de aula. O primeiro deles está relacionado à ingestão da água. “O ideal é sempre levar uma garrafinha consigo e dar pequenos goles durante a aula”, ensina a fonoaudióloga.
O volume da voz também é um fator importante. Falar alto em classes ruidosas pode fazer com que os alunos aumentem ainda mais o volume da voz. Assim, a dica é utilizar outras formas de chamar a atenção, como bater palmas ou na mesa.
Também, é indicado modular o volume da voz durante as explicações, evitando falar sempre no mesmo tom. “Procure não falar de costas para a classe, ande pela sala durante a aula, aproxime-se dos alunos para conversar e articule bem as palavras”, lista a profissional.
Própolis não
Não raro algumas aulas expositivas específicas acabam exigindo mais das cordas vocais. Nesse caso, a dica é evitar falar quando estiver fora da classe, como na sala dos professores. Um fonoaudiólogo pode ainda elaborar um programa de aquecimento vocal individualizado para ser feito momentos antes de entrar em aula.
Caso algum desconforto vocal apareça, é contraindicado mascarar a dor com própolis ou balas de menta, que “anestesiam” a boca. “É como estar com um joelho ruim, tomar um remédio para dor e correr uma maratona. Quando o efeito passar, a dor estará maior, pois houve ainda mais desgaste”, ilustra Fabiana.
Serviço
O Sinpro-SP oferece avaliações fonoaudiológicas e tratamentos gratuitos para professores sindicalizados. O agendamento é feito pelo telefone (11) 5080-5988 ou por e-mail voz@sinprosp.org.br.
Professores ainda podem conferir uma cartilha com as principais dúvidas dos professores respondidas aqui e um filme com base nas respostas dos docentes durante a pesquisa Panorama Epidemológico da Voz do Professor no Brasil.
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