O Pinterest é uma rede social gratuita de compartilhamento de imagens, cujo nome une as palavras em inglês pin (alfinete) e interest (interesse). Seu funcionamento se assemelha a um quadro de inspirações, no qual os usuários podem buscar e gerenciar fotos a partir de temas. Também é possível compartilhar, comentar e curtir itens de outros usuários, assim como inseri-los em suas próprias coleções ou murais (boards).
Professora de artes da rede pública da cidade de Bauru (SP), Jéssica de Castro Lima Nunes recomenda o uso dessa plataforma nas aulas da disciplina. “O Pinterest possui um vasto banco de imagens, permitindo o acesso fácil e rápido. Pode ser acessado tanto no computador quanto no celular, o que facilita seu uso”, justifica.
“Elas podem ser agrupadas em pastas e salvas ‘na nuvem’, não necessitando de cds ou pen-drives, o que também é uma vantagem”, complementa.
Segundo ela, uma forma de usar a rede social nas aulas de artes é apresentando correntes artísticas para os estudantes. Para isso, basta explorar a barra de busca, por meio de palavras-chaves.
“A partir de uma imagem, o professor pode relacionar diversos conteúdos de artes para ensinar e apresentar novas correntes. As buscas podem ser feitas pelos nomes de artistas, movimentos artísticos, técnicas, temas, entre outros”, orienta.
Com base nas escolhas, a rede também relaciona outras fotos compatíveis com o assunto e formato que o usuário procura, dando opções ao aluno de conhecer outros trabalhos. “O uso das palavras-chave ajuda a fazer um recorte do que deseja procurar e pesquisar. Se, por exemplo, o estudante deseja buscar algum tipo de imagem ou obra e não conhece nenhum artista como referência, o uso de termos-chave irá ajudá-lo na tarefa”, afirma.
Museu particular
Em suas aulas, Nunes usa o conceito do autor André Malraux de “museu imaginário”, um conjunto de obras que faz parte das lembranças e memórias de cada aluno. “Houve a ideia de aplicá-lo em sala de aula usando o Pinterest, de forma que cada estudante criasse seu ‘museu particular’ com criações artísticas que fizessem parte de seu repertório pessoal. Para isso, deveriam encontrar no mínimo cinco imagens”.
Enquanto os alunos usavam a rede social para buscar fotos, pinturas e desenhos, a professora exercia um trabalho de mediação por meio de conversas. Assim, explicava as ideias de obras ou imagens que eles desejavam conhecer. Ao ver que um estudante procurava por futebol, por exemplo, a docente apresentou a obra de Cândido Portinari.
“Para alunos que não tinham nenhum referencial de artista ou movimento artístico que gostassem, e sim gostariam de procurar por imagens ou obras relacionadas a algum tema, eu sugeria que, na barra de pesquisas da plataforma, utilizassem palavras-chaves como ‘arte + o tema de interesse’”, conta.
“Em alguns casos que eu me lembrava de obras relacionadas aos temas de interesse dos alunos, eu sugeria nomes de alguns artistas ou produções artísticas que conhecia. Mas, no final, eram eles que selecionavam a imagem que queriam”, garante.
Depois de cada aluno realizar seu próprio museu imaginário, foi solicitado que eles escolhessem uma imagem daquelas selecionadas. Elas ajudaram a constituir um museu imaginário da classe.
Além disso, os estudantes também foram estimulados a analisarem as obras escolhidas. “Fazia perguntas a eles: o que mais chamou atenção, motivo da escolha, se ele sabia como era feita aquele trabalho (materiais e técnicas), se ele conhecia o artista que a realizou ou em que contexto histórico surgiu”, lista.
“Em conjunto, eles analisaram semelhanças e diferenças entre as imagens escolhidas para compor o museu da classe, sendo citadas por eles cores, texturas, figurativismo, técnicas, artistas ícones e a materialidade do suporte de cada arte”.
Para a docente, a maior conquista da atividade foi usar a tecnologia como um suporte para facilitar o trabalho pedagógico. “O projeto deu ao aluno autonomia, incentivando sua curiosidade, o raciocínio e a capacidade de intervir no mundo em que faz parte”, comemora.
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