O assunto do momento é a Copa do Mundo. A competição, os times e a organização no Brasil. Aproveitando a onda, o doutor em ciência social José Paulo Florenzano defende que a modalidade pode ser trabalhada na sala de aula não só em datas de grandes campeonatos, mas ao longo do ano, em diversas séries, explorando questões sociais, políticas e econômicas.

Baseado no autor e sociólogo alemão Norbert Elias, que criou a expressão “processo civilizador” – que caracteriza como critério para o avanço de um local a maneira como a violência se manifesta na sociedade –, quanto menos ausência de conflito, mais diálogo e mais crescimento, José Paulo reforça que o futebol pode ser um indicador do processo. “Eu posso enxergar e discutir o quanto a sociedade avança ou recua olhando para o que acontece no campo, pois se caracteriza na prática de regra. Os Hooligans, por exemplo, são exemplos de regresso”, explica Florenzano.

Outro autor que o cientista social apresenta como bom exemplo para explorar questões históricas é o antropólogo Roberto DaMatta. “No livro ‘Universo do futebol: esporte e sociedade brasileira’, DaMatta mudou a visão do futebol no Brasil, passando de um modelo alienado, para uma lição democrática onde em uma partida podemos aprender: regras iguais para todos, impessoalidade da lei e meritocracia. Não importa seu poder, você precisar mostrar que tem mérito” comenta José Paulo.

Além da questão histórica, temas como a ocupação do espaço urbano, os campos de várzea e a imigração também podem ser trabalhados nas disciplinas escolares.  O time Palestra Itália, fundado em 1914 por membros da colônia italiana da cidade de São Paulo, tinha como intuito inicial o de ser um clube para unir todos os imigrantes do país europeu sob uma única bandeira e que, ao mesmo tempo, representasse o enorme contingente italiano já existente na cidade de São Paulo, no campeonato oficial de futebol.

Para escolas que estão próximas de estádios, uma atividade interessante para envolver os alunos é estudar como o ginásio esportivo chegou à região, qual o objetivo e como foi construído. A ideia é envolver os alunos por meio de assuntos que eles se importam, para tornar a aula mais agradável e participativa. E nada mais atrativo que o futebol, conhecido como paixão nacional, de acordo com Florenzano.

Veja também:
Copa do Mundo, cultura popular e cultura de massas

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