Construir narrativas conjuntas que possam retratar aspectos das cidades e auxiliar na identificação de caminhos para melhorar a qualidade de vida da população. Essa é a proposta do projeto MapasColetivos, um dos vencedores da 2ª edição do Prêmio Instituto Claro, que foi lançado no dia 8 de fevereiro em São Paulo e conta com uma plataforma web colaborativa aberta a qualquer usuário da internet.
Ao longo de 2011, Gustavo Faleiros e Juliana Mori, idealizadores do MapasColetivos, dedicaram-se ao desenvolvimento do projeto, premiado na categoria “Inovar na Comunidade”. No Hub São Paulo, onde apresentaram a jornalistas o conceito e o funcionamento da plataforma, destacaram que se trata de uma ferramenta de cidadania. “É um espaço que vai permitir que as pessoas compartilhem informações e se beneficiem de outras”, explicou Faleiros. De prédios históricos e parques aos desagradáveis buracos no asfalto, todos os assuntos que forem relevantes aos olhos dos paulistanos podem ser mapeados e acessados pelos usuários da plataforma. O projeto é realizado em parceria com o site ((o))eco, que vai contribuir com reportagens que utilizam os dados gerados pelos cidadãos.
Vice-presidente do Instituto Claro, Carime Kanbour destacou durante o evento de lançamento do MapasColetivos que o projeto está em sintonia com os objetivos da instituição, pois estimula a cidadania de forma colaborativa, interativa e democrática. “Todos podem usar e também descobrir formas de interagir com os espaços urbanos”, disse Carime, que aposta que o projeto tem potencial para crescer e chegar a outras cidades – inicialmente, a plataforma é voltada apenas para São Paulo.
Sérgio Carvalho
Gustavo e Juliana com o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, e a vice-presidente do Instituto Claro, Carime Kanbour
Um dos mapas já em andamento é o de pontos de recarregamento do Bilhete Único em São Paulo. Os estabelecimentos que possuem a máquina são geolocalizados por usuários do MapasColetivos, . Há também um espaço voltado aos pontos de venda de alimentos orgânicos, que reúne localização de feiras, supermercados, mercadinhos e demais estabelecimentos que oferecem alimentos livres de fertilizantes ou agrotóxicos. Como em uma rede social, as pessoas podem criar seus conteúdos e também colaborar nos que já existem.
Confira no tutorial abaixo como criar um novo mapa:
https://youtu.be/cEskVe-OA84
Na rede
O conceito de rede não está contemplada pela iniciativa apenas na plataforma web. No offline, as parcerias para que os mapeamentos em São Paulo sejam diversos e úteis à população já estão acontecendo. A organização Nossa São Paulo está envolvida com o projeto e liberou bancos de dados com todas as bibliotecas municipais da cidade. Nesses pontos, os usuários podem postar fotos, comentários e até vídeos para ajudar a compor um retrato das condições desses espaços de cultura.
Coordenador da secretaria-executiva da rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, também presente no evento, explicou que a organização trabalha com este conceito de sinergia e estimula que os cidadãos sejam mais participativos. “Queremos construir cidades democráticas, justas e sustentáveis, por isso nos identificamos com o MapasColetivos”.
Mobile
Está previsto também o desenvolvimento de um aplicativo que permitirá que as pessoas possam georreferenciar informações com seus dispositivos móveis de maneira ainda mais amigável. “Vamos trabalhar nisso em breve”, afirma a empreendedora Juliana Mori.
Independentemente do formato ou plataforma, o MapasColetivos terá sempre caráter aberto, gratuito e dissociado de fins comerciais. “Não vamos usar qualquer banco de dados que formarmos para ações que não estejam relacionadas à busca pela qualidade de vida da população”, garante Gustavo Faleiros.
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