Alunos com dificuldade cognitiva têm no projeto Ecoweb, um dos três vencedores da 3ª edição do Prêmio Instituto Claro na categoria Inovar na Escola, a oportunidade de aprender de maneira dinâmica, usando as tecnologias como forma de registro e divulgação das ações desenvolvidas.
O projeto, que é o desdobramento de uma iniciativa que já ocorre na Escola 25 de Julho, atende jovens de diferentes níveis sociais do município de Campo Bom, no Rio Grande do Sul. O Ecoweb propõe que os estudantes interajam com o ambiente, rico em diferentes espécies de seres vivos, aproveitando a proximidade de uma região de banhado, áreas que podem ficar sempre alagadas ou apenas temporariamente. Os alunos também desenvolvem iniciativas ecológicas dentro da própria escola, buscando sensibilizar outros estudantes e professores a respeito da importância da sustentabilidade.
A iniciativa é uma expansão do Eco-Mirim, que desde 2010 realiza trabalhos ecológicos com cerca de 12 alunos de diferentes idades e níveis escolares da instituição. Em 2012, agora como Ecoweb, o projeto passa a atender mais 55 alunos com dificuldades de aprendizagem.
Dentro da escola, a participação dos estudantes no projeto é voluntária. Segundo Margarida da Cruz, professora de biologia da escola e coordenadora da iniciativa, no início do Eco-Mirim os alunos demonstravam pouco interesse em participar. “Hoje, alguns estudantes já me procuram e pedem para fazer parte das atividades”, conta. Os encontros do projeto acontecem uma vez por semana, fora do horário das aulas convencionais.
O papel das tecnologias
Margarida da Cruz
Jovens do projeto decoram uma lixeira personalizada, que será instalada na escola
No Ecoweb, aparelhos móveis, como celulares e GPS, vão auxiliar os estudantes a comunicar os avanços do projeto em tempo real nas redes sociais. Os registros visuais das atividades serão feitos por meio de filmadoras e máquinas digitais. Segundo Margarida, que acompanha os alunos no desenvolvimento das atividades práticas, o aparelho GPS será útil para localizar depósitos de lixo irregulares e denunciá-los às autoridades, um dos trabalhos que o grupo vem desenvolvendo atualmente.
Os vídeos, imagens e informações captados durante as atividades serão postados pelos próprios alunos no blog da iniciativa e na página do projeto no Facebook. Para a edição do material, o grupo terá acesso a notebooks e a uma lousa interativa, que será utilizada pelos estudantes para apresentar ideias e permitir que todos participem. Uma das atribuições dos jovens também será produzir relatórios e trabalhos de pesquisa relacionados aos temas do Ecoweb.
Incentivo à aprendizagem
Margarida da Cruz
Aluno observa uma tilápia, retirada do espelho d’água da escola e colocada pelos estudantes no aquário
“Ao trabalhar com diferentes mídias, a ideia é que os alunos se sintam motivados e interessados em participar cada vez mais dos processos de aprendizagem”, afirma Margarida. Segundo ela, o projeto também tem a função de auxiliar os estudantes a desenvolver suas habilidades de leitura e escrita. Por isso, uma professora de português vai acompanhar os resultados dos alunos e analisar com eles os textos escritos em relatórios e nas mídias sociais.O projeto também vai abrir oportunidades para estudantes do próprio colégio, com bom histórico escolar, que poderão ser monitores voluntários, auxiliando os colegas a desenvolver as atividades programadas. De acordo com Margarida, é possível que alunos de outras escolas também participem, como visitantes, de algumas das ações desenvolvidas. Os estudantes que fazem parte da iniciativa desde 2010 devem compartilhar com os recém-chegados seu conhecimento. “Nosso objetivo é reunir os monitores e alunos com dificuldade em pequenos grupos de trabalho, de acordo com a idade e o nível em que estão na escola”, conta. Segundo ela, essa fórmula permite que eles ajudem uns aos outros, trabalhando melhor em grupo.
Confira o vídeo em stop motion sobre o ciclo de vida das tartarugas, feito pelos alunos do projeto:
https://youtu.be/HGY-_sXaWDk
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