A atividade de dissecação de flores pode ajudar no ensino do conteúdo de angiospermas, grupo de plantas com capacidade de produzir flores e frutos. Ele está previsto para as aulas de biologia no 8º ano de ensino fundamental e 2º do ensino médio. “Ensinar esse conteúdo apenas de forma expositiva pode trazer aos alunos dificuldade de visualização, já que algumas estruturas das flores são complexas”, descreve a bióloga e professora de biologia Ana Paula Russo.
“A atividade de dissecação de flores ajuda a compreender como ocorre o processo de polinização e a sua importância no desenvolvimento da biodiversidade”, acrescenta a bióloga e professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia Dirson Maciel de Barros – (Fadimab) Maria Inêz da Silva.
Ela é autora do artigo “Dissecação de flores como proposta pedagógica para o ensino de botânica nas aulas remotas no curso de ciências biológicas” (2021).
Escolhendo a flor ideal
Silva explica que a flor de hibisco é uma das mais indicadas para a atividade de dissecação por ter estruturas evidentes e distintas. “Ela também é de fácil acesso por ser abundante e seu período reprodutivo”, acrescenta.
Uma segunda opção é o lírio. Caso eles não possam ser encontrados, Russo indica escolher uma flor que tenha partes bem definidas para facilitar a identificação das estruturas pela classe. “Deve ser acessível e estar em boas condições, ou seja, não estar murcha ou danificada”, orienta. “Além disso, deve ser de fácil manuseio. O ideal é que seja suficientemente grande para ser manipulada sem se desintegrar facilmente”, complementa.
Russo indica realizar a coleta de angiospermas junto aos alunos no entorno da escola. “Isso valoriza a região da escola, facilita a identificação de espécies da região e promove a exploração e observação científica”, lista. “Após a coleta, pode ser destacada a ecologia local, com fotos, comparações, pesquisa dos tipos de espécies e suas características”, adiciona.
Passo a passo da dissecação
Russo ensina como fazer a dissecação de uma flor de hibisco:
- Manualmente, separe os calículos e as sépalas que compõem o caule.
- Com o uso de uma “gilete”, o professor faz um corte longitudinal no estilete da planta, separando o androceu – órgão reprodutor masculino – do gineceu – órgão reprodutor feminino.
- Faça um corte longitudinal no gineceu, mostrando os óvulos da planta aos alunos, que são as bolinhas presentes no seu interior. “Assim, é possível explicar que o polem para no estigma, desce pelo estilete e fecunda o vegetal no gineceu”, orienta Russo.
Com uso do microscópio ou lupa, a classe também poderá observar padrões de veias nas pétalas, número e forma dos estames.
“Ao final, os estudantes terão aprendido nome e função de cada parte da flor, assim como cada uma delas contribuem para a reprodução e sobrevivência da planta. Também terão aprendido sobre diversidade biológica”, completa Russo.
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