Piquenique literário é uma atividade realizada ao ar livre, na qual alunos e professores se reúnem para ler, discutir livros e compartilhar histórias. A proposta pode ser desenvolvida em todas as etapas de ensino, e os estudantes podem levar seus livros favoritos ou buscar exemplares na biblioteca.
“É um evento social que tem como foco o estímulo à leitura e a formação de leitores”, explica a professora da rede municipal de Porangatu (GO) Fabiana Mendonça Fernandes Abreu.
“O piquenique literário promove a leitura coletiva e prazerosa, fomenta a interação social, a oralidade e a escuta atenta. Ajuda o aluno a aprender a ouvir, a acolher a opinião dos outros e a conviver em grupo”, resume Abreu, que organiza o piquenique literário na Escola Municipal Nossa Senhora da Piedade com turmas do sexto ao nono anos.
A seguir, confira 11 dicas para promover um piquenique literário na escola:
Planeje a atividade com a gestão e os alunos
Abreu sugere iniciar o planejamento apresentando a proposta à coordenação da escola. “Será necessário agendar o dia do piquenique, listar as possibilidades de atividades, organizar o que será levado e solicitar autorização dos responsáveis para que os menores possam sair da escola, caso o local escolhido seja externo”, orienta.
“Vale também escolher um representante de cada turma para ajudar na organização do evento.”
Antes do evento, apresente a biblioteca
“Realizo uma aula na biblioteca, em parceria com a bibliotecária, para que os alunos conheçam o acervo do local”, conta a professora.

Ajude a turma a escolher um livro
Uma das atividades possíveis no piquenique literário é a roda de leitura, em que os alunos comentam uma história que já leram.
“O livro deve ser adequado à faixa etária dos estudantes. Por isso, é importante acompanhá-los à biblioteca para que façam juntos a escolha da obra”, orienta Abreu.
Realize o piquenique em pelo menos duas aulas
“Eu aproveitei os dias em que tenho aulas conjugadas. Como as turmas são numerosas, isso garante mais tempo para o piquenique”, explica.
“Outra possibilidade é desenvolver um projeto interdisciplinar, por exemplo, entre Língua Portuguesa e História. Assim, haverá o apoio de um segundo educador para acompanhar os alunos na atividade externa.”
Envolva os alunos na escolha do local
“Nossa escola fica próxima à Praça Velha da Matriz, que é um marco histórico da cidade, com tradicionais mangueiras que testemunharam gerações de moradores e servem como ponto de encontro e convivência social, reforçando a identidade cultural da cidade. Por isso, escolhemos esse local para realizar a atividade”, justifica Abreu.
“Nas séries iniciais, se não houver possibilidade de ir a um espaço ao ar livre, o piquenique pode ser feito na sala de aula ou em outro ambiente da escola. O importante é que o momento de leitura ou de reconto de histórias seja prazeroso, fugindo do tradicional”, ressalta.
Possibilidades de alimentação
Na Escola Municipal Nossa Senhora da Piedade, a alimentação do piquenique foi organizada de forma colaborativa entre os alunos. “Já na EMEF Fortunato Parmigiani, em Severiano de Almeida (RS), ela foi oferecida e preparada pelo Conselho de Pais e Mestres (CPM)”, compartilha a diretora Cristiane Angélica Kaufka.
Promova a roda de conversa literária
Essa atividade incentiva os alunos a expressarem suas opiniões sobre uma obra lida.
“Eles elaboram um resumo literário para sintetizar as ideias principais e leem em voz alta no dia combinado”, explica Abreu.
“Nessa atividade, são trabalhadas fluência, entonação, oralidade, criticidade e respeito às opiniões divergentes”, destaca.
Além disso, os livros podem ser associados a temáticas sociais. “No nosso piquenique, discutimos problemas ambientais, bullying, cyberbullying, relacionamento interpessoal, depressão, ansiedade, entre outros”, conta Abreu.

Crie atividades com participação da família
Na EMEF Fortunato Parmigiani, o piquenique literário também promove a socialização das famílias. “Na edição de 2025, as famílias leram uma fábula com seus filhos e, em um painel, deixaram uma mensagem sobre a história lida”, relata Kaufka.
Troca de livros incentiva a economia colaborativa
Essa iniciativa, sugerida por Abreu, propõe que cada participante leve um livro já lido e o troque por outro, promovendo o reaproveitamento e a descoberta de novas leituras.
Reserve um momento para reconto
A atividade do reconto convida os alunos a escolherem uma história que conhecem bem para contá-la com suas próprias palavras, estimulando a oralidade e a criatividade.
Traga a contação de histórias
Nessa atividade, o narrador apresenta uma história para o grupo, usando voz, gestos e expressões para envolver os ouvintes. “No nosso piquenique, tivemos a contação da história ‘A dona baratinha’, realizada por professoras de um município vizinho, que participaram do evento e nos presentearam com essa bela narrativa”, conta Kaufka.
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