Professores das redes públicas podem usufruir de colônias de férias geridas por sindicatos e associações de professores ou de funcionários públicos. Para isso, é necessário ser associado ou filiado a essas entidades.
Os espaços de lazer estão disponíveis para finais de semana, feriados e durante os períodos de recesso escolar, oferecendo atividades recreativas, culturais e esportivas para educadores e familiares.
Professora da rede municipal de São Paulo (SP), Gisele Paneque da Silva frequenta as colônias de férias da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo (AFPESP) desde a infância.
“A minha mãe é professora aposentada do município e também era associada”, relembra.
“Minhas últimas estadias foram no Réveillon na unidade de Lindóia (SP) e em janeiro em Campos do Jordão (SP). Na última semana de recesso vou ainda a Amparo (SP), mas como convidada na reserva de minha mãe”, compartilha.
Para Silva, o principal benefício das colônias é o custo acessível, já que os preços costumam ser subsidiados pela entidade de classe que mantém o espaço.
“Oferecem serviços comparáveis aos de hotéis, como arrumação de quarto, fornecimento de roupa de cama e três refeições completas. O valor que pagamos por seis diárias cobriria apenas três em outro hotel na mesma região”, compara.
“Durante muito tempo, essa foi a única forma que eu e minha mãe encontramos de poder viajar”, relata.
Mesma opinião da professora de educação física da rede estadual de São Paulo (SP) Silvia Bonifácio.
“Um ponto favorável é acomodação, que não deixa a desejar a hotéis e resorts, com quarto amplo, ar-condicionado, frigobar e vistas lindas”, comenta.
Possibilidade de descanso
Para a pedagoga e docente da rede municipal de São Paulo Cláudia Rezende, as colônias de férias ajudam a prevenir o adoecimento mental de professores.
“A profissão tem alto nível de periculosidade e insalubridade. Estamos expostos a muitas situações que provocam estresse. Assim, acessar esses espaços de descanso e lazer ajuda na higiene mental”, avalia Rezende.
“Sabemos bem das dificuldades que enfrentamos diariamente em sala de aula e dentro da escola. Por isso, ter momentos de diversão com a família e de descanso é essencial para manter nossa saúde mental em equilíbrio”, endossa Silva.
“As colônias são fundamentais porque o período de férias do professor é curto. Nesse espaço de tempo, aproveitamos para marcar exames médicos e ainda dedicamos uma parte do recesso para organizar a volta às aulas. Por esse motivo, subsidiar esses espaços era algo com o qual prefeituras e estados deveriam se preocupar”, opina Rezende.
Com 145 mil associados, a Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) disponibiliza quatro colônias de férias.
“Para além das constantes lutas e ações, o sindicato entende que a categoria possui um trabalho extremamente intenso e cansativo. Por isso, oferece espaços para o descanso e o lazer”, explica o presidente da entidade, Fábio Santos de Moraes.
“É extremamente importante que haja este momento de relaxamento e recomposição das energias para a manutenção de um trabalho importantíssimo desenvolvido pela categoria”, acrescenta.
Demanda maior que oferta
Conseguir vaga em uma colônia de férias, porém, vai depender das regras estabelecidas pela entidade organizadora. Em muitos casos, a demanda é maior que a capacidade de atendimento, o que leva à adoção de critérios específicos que podem incluir sorteios.
“No caso da Apeoesp, a inscrição dos professores interessados é realizada por meio de um setor específico do sindicato, que realiza um sorteio no caso de o número de inscritos ser maior que as acomodações, situações ocorridas principalmente em feriados prolongados”, explica Moraes.
“Um desafio é a dificuldade de conseguir vagas, porque professores e funcionários públicos geralmente tiram férias nos mesmos períodos. Conseguir reserva na praia em um período de temporada, por exemplo, é quase impossível. Elas abrem e já se esgota”, relata Bonifácio.
“Minha dica para os professores é se associarem à entidade que faz mais sentido para eles e ficarem de olho no período de abertura para reserva ou inscrição nos sorteios, já que cada entidade tem um sistema próprio. A procura é grande para o número de vagas, mas não é impossível conseguir”, diz Silva.
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Crédito da imagem: Nataniil – Getty Images