Sentimento crônico de desânimo, apatia e despersonalização no contexto do trabalho. São essas as principais características da síndrome de Burnout, esgotamento em inglês, frequente em profissionais que atuam nas áreas de educação e de saúde. O termo foi empregado pela primeira vez em 1974, pelo psicólogo americano Herbert Freudenberger, para se referir ao esgotamento emocional de profissionais cujo trabalho implica em constante relacionamento humano.

O Wanderley Codo, doutor em psicologia social e do trabalho,foi convidado pelo Portal NET Educação para abordar o tema tão atual entre os professores da escola básica. Pesquisador do Instituto de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Codo é autor do livro “Educação: Carinho e trabalho”. A obra traz dados alarmantes sobre a síndrome entre os educadores: “de 38% a 40%, da população de docentes têm o Burnout relativamente bem instalado”. E 90% dos professores já tiveram esse sentimento alguma vez na vida.

Ele menciona pesquisas que apontam os trabalhadores altamente motivados como os mais expostos ao problema. “O professor, tradicionalmente, tem um grande envolvimento com a educação e se sente em Burnout exatamente porque não consegue educar”. A frustração causa-lhe extremo sofrimento.

Já o psiquiatra Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (IPq-HC) , aponta os três fatores associados na síndrome. A exaustão emocional (sensação de estar no limite das próprias forças), a despersonalização (distanciamento afetivo dos colegas ou das pessoas que dependem de seus cuidados) e a ineficácia (sentimento de inutilidade do trabalho, baixa realização pessoal).

O áudio traz, ainda, o depoimento da professora Íria De Marco que, após ser diagnosticada com Burnout, criou uma página na internet e escreveu um livro para dar apoio a outros professores.

Conheça a página criada pela professora Íria De Marco;

Leia um artigo do especialista Wanderley Codo sobre o tema;

Fique a par do ponto de vista do psiquiatra Daniel Martins, a respeito da Síndrome de Burnout.

As músicas utilizadas nesta edição, em ordem de entrada, são: Capitão de Indústria (Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle), com Marcos Valle; Zumbi (Wander Taffo / Lee Marcucci), com Rádio Táxi; Música de Trabalho (Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá), com Renato Russo.