Mudar a realidade escolar foi o objetivo de uma parcela dos projetos presentes na 16ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece de 13 a 15 de março de 2018, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Na edição deste ano, foram selecionadas 346 iniciativas realizadas por estudantes do ensino fundamental, médio e técnico.

É o caso do aluno da escola técnica estadual (Etec) Tenente Aviador Gustavo Klug (SP), Marco Antônio Pereira, que desenvolveu uma plataforma chamada “Assistente Pessoal de Estudos”. Voltada para estudantes, professores e coordenadores, a tecnologia permite compartilhar resumos de matérias e disponibilizar aulas em vídeos e arquivos digitais. Além de ser acessada por desktop, a plataforma também roda em smartphones com sistema operacional Android.

Elaborado pelo aluno Marco Antônio Pereira, o site e aplicativo Assistente Pessoal de Estudos foi comprado pela ETEC Tenente Aviador Gustavo Klug, de Pirassununga (SP) (crédito: Leonardo Valle)

 

“O projeto funcionou tão bem na comunidade escolar que a Etec Tenente Aviador Gustavo Klug decidiu abraçá-lo e hoje todos os estudantes utilizam a ferramenta”, comemora a orientadora Joseli Marise. “Nos primeiros dias de uso, houve 70 pedidos de monitoria dos alunos para professores via aplicativo”, conta Pereira.

Robótica que cabe no bolso

A robótica pode ser uma ótima ferramenta para o ensino e aprendizagem de física. Contudo, o preço dos robôs, pode inviabilizar seu uso em escolas públicas. Pensando nisso, os alunos Augusto Hebert, Gustavo Araújo e Pedro Henrique Gomes, do Instituto Federal do Piauí (campus Parnaíba), criaram um modelo de robô com peças de valor mais baixo.

Robô desenvolvido por estudantes custou R$ 80 mais barato do que o comprado pronto (crédito: Leonardo Valle)

 

“A estrutura é realizada por um pote de plástico que custou R$ 10. Além de ser mais barato, ele ainda protege a parte elétrica do robô, não a deixando exposta”, afirma Araújo. “A máquina toda comprada pronta sai por R$ 200. Conseguimos reduzir o custo em R$ 80”, revela.

Os robôs foram testados na aprendizagem de física dos alunos do 1º ano da instituição, com resultado satisfatório. “Muitas pessoas têm dificuldades em entender a disciplina por ela ser abstrata. A robótica materializa os conceitos aprendidos”, destaca Herbert.

Para a aluna Maria Eduarda Ribas de Jesus, da Escola Gappe, de Campo Grande (MS), a educação financeira deve ser ensinada de uma forma fácil, com urgência, na sua escola. Para isso, ela desenvolveu um protótipo de aplicativo voltado para crianças chamado “Educa Money”.

O aplicativo EducaMoney foi desenvolvido, principalmente, para crianças e adolescentes (crédito: Leonardo Valle)

 

“Os maiores desafios foram aprender a utilizar a tecnologia de desenvolvimento de aplicativos, que é difícil, e tabular os dados dos entrevistados”, conta a estudante, que ouviu pais e crianças antes de colocar a mão na massa.

Foi observando a água que escorria dos bebedouros rumo ao esgoto que os alunos da Escola Usefaz, de Guaratinguetá (SP), criaram um sistema para reutilizá-la. Carolina Toledo e Marcelo Aguiar elaboraram uma estrutura que redireciona a água para um processo de filtragem em camadas. Na sequência, cada litro de água coletada recebe três gotas de hipoclorito de sódio.”Em uma semana, são captados aproximadamente 15 litros de água”, informa Toledo.

Carolina Toledo e Marcelo Aguiar foram orientados pelo professor Fábio Moreira e desenvolveram um coletor de água de bebedouro (crédito: Leonardo Valle)
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