Existe uma barreira que dificulta as mulheres alcançarem cargos de direção escolar, aponta o “Relatório conciso de gênero 2018”, produzido a partir dos dados do Relatório de Monitoramento Global da Educação, da Unesco. A versão em português está disponível online.
De acordo com o documento, a feminização da força de trabalho docente na maioria dos países é um fenômeno conhecido, mas há um desequilíbrio a favor dos homens na gestão educacional e cargos de direção. Os dados apontam que as mulheres frequentemente correspondem à maioria dos servidores públicos, mas tendem a se concentrar em posições com menos autoridade. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o gênero feminino representa 57% da força de trabalho governamental, ocupando 65% das posições de secretariado, 35% dos gestores de nível médio e 27% dos gestores de alto nível.
Matrícula não garante conclusão
O relatório também pede atenção não apenas ao número de meninas matriculadas nas instituições de ensino em todo o mundo, mas na evasão escolar por gênero. No Leste e Sudeste Asiáticos, América Latina e Caribe, mais meninas pobres do que meninos pobres concluíram o 1º e 2º níveis da educação secundária.
No caso da matemática, as garotas mostram uma desvantagem clara nos anos finais da escola primária na América Latina e na África Subsaariana. Contudo, a vantagem das meninas em leitura é bem documentada.
O relatório também reforça que a igualdade de gênero na educação também requer currículos e livros didáticos imparciais. A forma “como os estudantes se percebem e como eles projetam seu papel na sociedade é determinado, até certo ponto, pelo que eles vivem na escola, inclusive pela forma como são representados nos livros didáticos”, diz o documento.