A etnógrafa Wanda Hanke passou 25 anos pesquisando grupos indígenas do Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. Já a arqueóloga Betty Meggers chegou ao país em 1948 e foi pioneira nos estudos da arqueologia amazônica. Duas cientistas que tiveram suas histórias resgatadas pela pesquisadora do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), da Universidade de São Paulo (USP), Mariana Sombrio.
Em seu trabalho, Sombrio resgatou a história de mulheres que se aventuraram pelo Brasil realizando expedições científicas entre 1933 e 1968. Seu objetivo é suprir uma lacuna nos livros didáticos e de história.
“Nas publicações educativas, há a imagem predominante de uma ciência masculina. Uma ideia de que os processos de produção de conhecimento foram vivenciados e construídos por homens sem a participação de mulheres. E isso as afasta das ciências”, explica.
“Resgatar essas histórias, entender os mecanismos de ausência e presença, as exclusões, os campos nos quais as mulheres se fizeram presentes mesmo com as barreiras sociais que dificultavam sua participação, questiona estereótipos de que elas são menos capazes, menos lógicas e objetivas, e cria representatividade”, aponta.
Para os professores e alunos da educação básica, Sombrio indica outros dois nomes de mulheres expedicionárias. “Maria Sybilla Merian foi uma naturalista que excursionou pelo Suriname no século XVII. A própria Bertha Lutz, personagem bastante conhecida por sua militância no movimento feminista do início do século XX, também era naturalista do Museu Nacional do Rio de Janeiro e realizou inúmeras excursões para coletar espécimes botânicos e zoológicos para suas pesquisas no Brasil”, acrescenta.
Confira um vídeo de Mariana Sombrio para o Jornal da USP explicando o seu estudo.
