Parlendas, cantigas, trava-línguas, quadras, trovas, acalantos, adivinhas, provérbios e ditados populares são textos da tradição oral e da cultura popular que podem ser incorporados às aulas de língua portuguesa no processo de alfabetização, letramento e desenvolvimento linguístico.
Comuns no cotidiano das crianças em jogos e brincadeiras orais, esses textos se caracterizam por serem curtos, rítmicos, lúdicos e de fácil memorização. Por isso, contribuem para a reflexão sobre a língua e sobre o funcionamento do sistema de escrita alfabética.
Sua presença em sala de aula reforça a importância da oralidade na formação cultural e linguística das crianças. Mais do que um simples exercício de fala, a oralidade envolve escuta, diálogo, expressão de ideias e construção coletiva do conhecimento, ampliando o repertório cultural e estimulando a criatividade.
Para o professor, valorizar a oralidade em sua prática pedagógica significa compreender que o conhecimento não se constrói apenas por meio de textos escritos ou acadêmicos, mas também a partir de saberes ancestrais e coletivos. Esses permanecem vivos em comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas, cujas tradições guardam narrativas que ajudam a formar identidades e modos de interpretar o mundo.
A seguir, apresentamos seis materiais que exploram a cultura popular e a tradição oral no processo de aprendizagem e que podem enriquecer as aulas de língua portuguesa.
Cartilha – Textos da tradição oral na alfabetização
O material aborda como parlendas, cantigas, trava-línguas, quadras, trovas, acalantos, adivinhas, provérbios e ditados populares favorecem o processo de alfabetização por estarem presentes no cotidiano e integrarem jogos e brincadeiras orais. Dessa forma, estimulam a reflexão sobre a língua e o sistema alfabético, além de proporcionarem um vínculo lúdico com a leitura e a escrita.
Caderno pedagógico – Literatura e oralidade nas séries iniciais: aplicação do método criativo
Elaborado no âmbito do mestrado profissional em letras (ProfLetras) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), o material aborda a literatura e a oralidade nas séries iniciais. Seu objetivo é promover a alfabetização, a formação leitora e o desenvolvimento da identidade cultural das crianças, utilizando manifestações da tradição oral, como histórias, cantigas, adivinhas e jogos de palavras.
Dissertação – O texto de tradição oral na aula de língua portuguesa: a cultura do benzimento no ensino de linguagens, de Elissandra de Oliveira e Oliveira
A partir da valorização de textos orais do catolicismo popular e da cultura local, como rezas e benzimentos, a autora buscou promover habilidades linguísticas variadas com alunos do ensino fundamental.
Entrevista – Como a tradição oral contribui para a formação de leitores (Revista Educação)
O professor e contador de histórias Fabiano Moraes defende, em entrevista em vídeo, o uso das características culturais brasileiras no processo de letramento. “O trabalho é trazer esses gêneros lúdicos considerando que a escrita, para além das diversas funções, também possui a função de brincar”, defende.
Live – Oralidade lúdica: a tradição oral e a escrita na infância (UFPE)
A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia Liane Castro de Araújo e o ator José Carlos Rêgo (Pinduka) discutem a importância da tradição oral no processo de escrita durante a fase de alfabetização e letramento. O encontro foi promovido pelo Centro de Estudos em Educação e Linguagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
A literatura oral como caminho de afeto, identidade e educação (Educador em Cena)
A contadora de histórias Andreia Souza aborda o poder transformador da literatura oral e apresenta histórias, “causos’, cordéis, ditos populares e práticas criativas que podem ser levados para a sala de aula.
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Crédito da imagem: Hispanolistic – Getty Images