Mencionada na Constituição Federal de 1988, a proteção à criança e ao adolescente é responsabilidade de toda a sociedade, incluindo da escola. O ambiente escolar, aliás, tem posição privilegiada na hora de identificar violações e maus tratos infantis, uma vez que professores, gestores e funcionários estão em contato próximo e diário com alunos de diferentes faixas-etárias. Além disso, muitos estudantes não contam com a abertura de membros da família para relatar o problema, sendo, não raro, a escola o único lugar seguro para acolhimento e encaminhamento do crime aos órgãos competentes, como o conselho tutelar.
Para isso, porém, é fundamental que o corpo docente esteja preparado para reconhecer sinais e sintomas dos diversos tipos de violência que podem acontecer na casa dos estudantes, sejam elas de ordem física, emocional ou negligência em cuidados básicos. A seguir, conheça seis materiais que podem ser usados por profissionais de educação para identificar alunos vítimas de maus tratos em ambiente familiar, assim como orientações sobre como o educador pode proceder nessas situações.
Vídeo – Sinais e sintomas de violência contra crianças e adolescentes (2021)
O Programa Saúde na Escola, da TV Escola – Ribeirão Preto discutiu o tema em programa do dia 20/04/2021. O especial abordou os diversos tipos de violência que a criança pode sofrer na família, enfocando sinais no comportamento que podem ser identificados na escola. Perda de controle urinário, choro, irritabilidade e resistência a voltar para casa depois da aula são alguns deles.
Vídeo – Sinais e sintomas de violência em crianças e adolescentes (2020)
Capacitação em forma de webpalestra ministrada pela pediatra e referencia técnica em saúde da criança em Vila Velha (ES) Elaine Guedes. Entre outras informações, a médica lista grupos de risco – grupos de crianças que precisam de maior observação, incluindo aquelas que têm pais distantes e que foram filhos de relacionamentos anteriores de um dos cônjuges.
Manual de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência (2020)
Essa cartilha desenvolvida pela Sociedade Brasileira de Pediatria de São Paulo é voltada para informar profissionais da área de educação, saúde, assistência social e outros sobre como a violência pode se manifestar contra crianças e adolescentes. Acidentes, agressões, abusos e omissão são alguns dos temas desdobrados em capítulos específicos.
Artigo – Conhecimento do educador sobre seu papel perante a criança que sofre de violência doméstica (2011)
Foi realizada entrevista com os professores de escolas públicas de quatro municípios paranaenses. O tempo que os educadores passam com os alunos na escola pode facilitar a identificação da violência doméstica. Segundo os autores, os professores agem de formas diferentes, por meio de observações, diálogo, informações, conscientização dos alunos até o encaminhamento para médicos, psicólogos e Conselho Tutelar.
Artigo – Como os professores percebem a violência intrafamiliar (2011)
As pesquisadoras Tássia Brenner Machado e Cristiane BottoliII entrevistaram docentes dos anos iniciais do ensino fundamental para compreender como eles percebiam a violência intrafamiliar no desenvolvimento dos seus alunos. Quatro professoras relataram identificar tais situações e, duas, não. Sobre o enfrentamento, todas responderam que sondariam a situação, comunicariam a escola e entrariam em contato com os conselhos tutelares caso notassem sinais de violências.
Manual – Linha de cuidado para atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violências (2010)
O manual foi desenvolvido para uso de profissionais da área de saúde, mas pode ser de grande valia para o professor. O documento reforça a escola como uma parceira importante para fechar o quadro de maus tratos a crianças e oferece, a partir da página 38, listas de sinais e sintomas presentes em crianças e jovens que sofrem violência doméstica, incluindo comportamentos, tipos de lesões e fraturas recorrentes.
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