Ouça também em: Ouvir no Claro Música Ouvir no Spotify Ouvir no Google Podcasts Assina RSS de Podcasts

Faça o download do podcast

Dados da Organização Mundial da Saúde de 2018 indicam que o Brasil ocupa o 8º lugar no ranking de mortes por suicídio no mundo. Ainda de acordo com a OMS, essa é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos, atrás apenas de violência e acidentes de trânsito.

Diante desse quadro, a escola se torna um ambiente que pode contribuir com a diminuição dos casos de suicídio, ao promover rodas de conversa sobre o tema, com alunos e responsáveis. “Há um conflito de gerações, principalmente por conta da tecnologia, onde nós (adultos) não entendemos o que está acontecendo, e eles já não entendem a gente, como deveria ser”, aponta o professor Raphael Norberto, criador da palestra “Morte, combustível da vida”.

O professor acredita que a filosofia e a arte, por exemplo, permitem que se leve reflexão a esse público. Na conversa que preparou para o ambiente escolar, ele utiliza justamente a filosofia, com o apoio de músicas, filmes e séries, para atrair a atenção do adolescente para essa temática.

Norberto compilou alguns dos principais pensamentos filosóficos para conversar sobre o tratamento dado à vida e à morte, desde a Antiguidade. Durante o papo, o professor estimula o diálogo e o encontro de gerações com a utilização de referências dos livros, mas também de artistas como Raul Seixas, Legião Urbana e Titãs. Com isso, consegue prender a atenção do público e trazer o assunto de forma mais leve, sem perder o propósito reflexivo. “Com a morte, eu não sei para onde vou e se vou para algum lugar. Por isso, ela é o combustível da vida”, justifica.

Para falar com alunos a partir de 12 anos, ele também busca inspiração em Charles Chaplin. “Ele dizia uma frase que gosto muito: ‘Quantas vezes eu tentei dizer duras verdades em tom de brincadeira?’”, revela, ao indicar que o humor é um dos recursos que utiliza. Epicuro, Nietzsche e Aristóteles são alguns dos pensadores que embasam a conversa.

Na opinião do entrevistado, Platão também sintetiza pensamentos importantes para essa fase da vida. O filósofo aponta que o amor é metafísico, ou seja, está além das nossas compreensões físicas, mas a dor provocada pelo sentimento é real. “Quando Platão cita a ideia de metafísica, ele abre espaço para entendermos que não somos somente corpo. Também somos alma. E precisamos ter esse equilíbrio físico e mental. Eles (adolescentes) precisam ser preparados para o sofrimento, para as derrotas, para a vitória também, mas precisam saber cair e levantar”, conclui.

Link:
Palestra “Morte, combustível da vida”, no YouTube

Créditos:
As músicas utilizadas na edição do podcast, por ordem de entrada, são: “Então vale a pena” (Gilberto Gil), com Simone; “O mundo é um moinho” (Cartola), com Cazuza; “Canto para minha morte” (Paulo Coelho), com Raul Seixas; “Epitáfio” (Sergio Affonso / Eric Silver), com Titãs; “Pais e filhos” (Dado Villa Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá), com Legião Urbana.

Crédito da imagem: kieferpix – iStock

1 Comentário
mais antigo
mais novo mais votado
Inline Feedbacks
View all comments
Raphael Norberto
Raphael Norberto
4 anos atrás

Olá! Gostaria de dizer que foi um prazer imenso participar do projeto com o Mestre Marcelo Abud. Espero que todos gostem e apreciem a conversa!

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.