Muitas são as possibilidades pedagógicas do professor de história em sala de aula para despertar o senso crítico dos alunos e apresentá-los aos conteúdos curriculares. Para dialogar com docentes dessa disciplina na educação básica, o Laboratório de Práticas de Ensino em História (Lapehis), da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), produziu cinco lives – transmissões ao vivo veiculadas na internet – sobre diferentes temas relacionados a esse campo do saber. Os bate-papos foram gravados e estão disponíveis gratuitamente no canal do grupo no YouTube.

Professor historiador e a prática docente
O tema é apresentado pela doutora em educação, Adriane Sobanski, que atua há mais de 25 anos na educação básica e possui experiência na formação de docentes. “É importante o professor de história se entender como historiador. Precisamos continuar tendo contato com as fontes históricas, que lidamos na graduação, quando aprendemos o que são e como trabalhar com elas”, explica. “Mas, ao chegar na sala de aula, tem o livro didático e, de repente, nosso conhecimento é pouco utilizado”, acrescenta.

Ensino de história e história pública
Bate-papo com a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Sônia Wanderley. “Um dos caminhos é pensar a história pública como um conjunto de práticas do historiador que relacionem a produção e comunicação do seu trabalho com as necessidades postas no mundo. Por exemplo, o historiador que se preocupa a desenvolver pesquisas relacionadas à necessidade de grupos quilombolas, que são questionados sobre seu direito ao uso e propriedade de terra”, exemplifica.

Museus e educação antirracista
Doutoranda em educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora da rede pública do estado do Rio de Janeiro, Jéssika Rezende fala sobre estratégias que podem aproximar os alunos da temática e estética afro-brasileira. “Entendendo que essas manifestações culturais acontecem dentro de um contexto histórico. Que as resistências da população negra aconteceram por meio dessas manifestações. Que não podemos pensar a resistência sem o campo da cultura, principalmente por se tratar de um grupo excluído das instancias institucionais”, assinala. “As resistências aconteciam por meio dos cultos religiosos, da irmandade católica, dos jornais”, exemplifica.

Ensino híbrido de história: limites e possibilidades
O tema é debatido por Roberta Alves, mestra em história contemporânea pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e professora de história da rede particular de ensino do Rio de Janeiro. “A ideia é se pensar que o ensino presencial e online podem caminhar juntos, e como isso pode acontecer. (…) Há limites e possibilidades nesse tipo de proposta”, apresenta.

Ensino de história, BNCC e formação de professores na BNFP
Maria Lima é professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ela apresenta como o direito à aprendizagem foi subtraído da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) aprovada. “Temos processos dos anos 90 em que se constitui a ideia de direitos de aprendizagem como norte da formulação do currículo. Em uma tacada só, da primeira para terceira versão da BNCC, esses passam a ser chamados de competências. O documento diz: leiam-se direitos de aprendizagem como sinônimo de competência”, explica.

Veja mais:
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Crédito da imagem: reprodução “Museus e educação antirracista”

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