O estresse de minorias pode ser definido como o adoecimento mental vivenciado por pessoas que sofrem constante opressão — geralmente grupos estigmatizados. O termo ganhou mais destaque a partir da década de 1990, quando o psiquiatra americano Ilan Meyer passou a estudar os efeitos negativos da opressão provocada pelo machismo, LGBTfobia e transfobia.

Desde então, a teoria do estresse de minoria é aplicada a grupos considerados minoritários — como mulheres, pessoas negras, população LGBTQIA+ e pessoas com deficiência — e tem sido amplamente utilizada para compreender os efeitos do preconceito e da exclusão social na saúde mental e física desses grupos.

Segundo o médico psiquiatra Bernardo Rahe, o estresse de minoria atinge a população LGBTQIA+, por exemplo, devido à exposição constante a ambientes hostis e preconceituosos. Ele explica que esses fatores estressantes geram impactos na saúde mental e física dos indivíduos. “Pode ser um ‘empurrãozinho’ para o surgimento de algum transtorno mental, seja depressão, ansiedade, uso e abuso de substâncias [ilícitas], comportamentos de autoagressão”, explica.

Na entrevista, Rahe aborda a ocorrência do estresse de minoria, suas consequências para a vida das pessoas e estratégias para minimizar os efeitos. O entrevistado destaca ainda que o estresse de minoria não é apenas uma questão singular, mas é amplamente influenciado pelo contexto social, político e cultural onde os indivíduos vivem. Por isso a importância de se discutir e difundir informações sobre a saúde mental das minorias sociais.

Atualizado em 17/07/2024, às 11h27.

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Breaking promove inclusão de jovens da periferia por meio do esporte

Conheça os impactos do reconhecimento facial

Quais os desafios da velhice LGBTQIAPN+ no Brasil?

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.