Leonardo Valle

Toda criança cresce e, com isso, a certeza de que as bonecas, carrinhos e pelúcias acumulados durante a infância precisarão ter outro destino. Brinquedos velhos e quebrados podem ser doados para instituições que coletam esse tipo de material para recuperá-los e encaminhá-los a crianças carentes.

É o caso do Grupo Iô-Iô Projetos Sociais, da região de São José do Rio Preto (SP). “Costumamos aceitar todo tipo de doação, inclusive itens quebrados. Caso não tenham conserto, guardamos seus componentes para substituir em outros brinquedos semelhantes que, por ventura, podem chegar no futuro”, explica o idealizador do projeto, Júnior Mauad. “O mesmo vale para jogos ou quebra-cabeças com peças faltando: fotografamos, catalogamos e deixamos arquivados para uso em outra oportunidade”, acrescenta.

Escolas, brinquedotecas e orfanatos também podem receber brinquedos antigos. Contudo, nesse caso, o ideal é que eles estejam limpos e em boas condições. A advogada Patrícia da Costa e Silva Ramos Schubert, de Bauru (SP), possui um projeto social que recupera brinquedos usados para doá-los no Natal a crianças carentes. Ela dá algumas dicas de recuperação. “Bonecas podem ser lavadas, inclusive o cabelo. Os corpos, se forem de pano, são costurados. Se elas estiverem sem enchimento, dá para preencher. Além disso, roupas novas podem ser feitas com retalhos de tecido, o que dá uma nova vida a elas”, recomenda.

No caso ainda das bonecas, Mauad costuma usar amaciante de roupa para deixar os cabelos sintéticos desembaraçados e sedosos. “O maior problema é quando a boneca chega pintada com caneta, algo que muitas crianças fazem. Se a tinta não sair na limpeza, tentamos improvisar uma tatuagem”, entrega.

Bonecas podem ser recuperadas e doadas a crianças carentes (crédito: arquivo pessoal/Patrícia da Costa e Silva Ramos Schubert)

 

Schubert lembra que animais de pelúcia podem ser lavados na máquina ou à mão, costurados e preenchidos com tecidos. “Se a intenção for doá-los para hospitais, eles devem ser esterilizados durante a lavagem, com uma espécie de álcool incolor usado para esse fim, que não mancham e nem desbotam esse tipo de brinquedo”, ensina Mauad.

Carrinhos e bonecos de plásticos têm a possibilidade de serem colados. “Uso algodão e cola 795 para essas peças”, afirma o especialista. Eles também podem receber adesivos, em caso de alguma pequena trinca, arranhão ou rachadura.

Se a doação não for uma opção, outra dica é dar novas funções a esses brinquedos. Partes de bonecos ou itens pequenos, por exemplo, podem ser transformados em imãs de geladeira, decorar caixas de presente ou mesmo porta-retratos. “Vai da criatividade de cada um”, estimula Mauad.

Dificuldade na reciclagem

Pensar outro destino para um brinquedo antigo também ajuda o meio ambiente já que, segundo o site E-cycle, eles costumam misturar muitos materiais diferentes na sua composição, como plásticos e metais, o que dificulta sua reciclagem. As exceções ficam por conta de itens feitos com um único material, 100% recicláveis, ou aqueles cujas peças diferentes possam ser separadas. “No caso dos jogos, caixas e fichas de papel rasgadas costumamos mandar para a reciclagem”, relata Mauad.

Essa dificuldade também é um incentivo para que esses objetos sejam consumidos de forma consciente e, se possível, reaproveitadas, visando aumentar seu ciclo de vida. “Revitalizar um brinquedo sujo, quebrado e em desuso é ainda mais interessante do que o descarte e, quase sempre, possível”, reforça Schubert.

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Crédito da imagem principal: Facebook Grupo Ioiô Projetos Sociais

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