“A cidade de São Paulo se mistura. Ela tem uma velocidade que não traz pra gente a capacidade de perceber o outro.”
(André Soler, do SP Invisível)
André Soler (Crédito: Divulgação)
André Soler tem 24 anos, estuda cinema e dedica-se à fotografia desde a adolescência. Juntamente com o jornalista Vinícius Lima, ele é responsável pelo SP Invisível. O coletivo surgiu no final de 2015, quando um grupo de amigos realizou uma ação com o objetivo de fazer com que jovens mudassem seus olhares e fotografassem o “invisível” na cidade de São Paulo.
André se encantou com o ponto de vista dos participantes, que tiraram fotos de prédios, pessoas de idade e moradores de rua. Dentro desse contexto, as pessoas em situação de rua eram as menos visíveis. “As fotos delas eram tiradas à distância. Elas não olhavam para as fotos. Era uma pessoa jogada no chão e você fotografava. A história dessas pessoas era ainda mais invisível”.
Foi aí que André e Vinícius decidiram mudar essa imagem e revelar histórias de vida por meio de diferentes linguagens e mídias sociais. Para ouvir cada personagem, o cineasta ressalta que não fazem uma entrevista, mas, sim, estabelecem um diálogo.
André diferencia o papel do SP Invisível das outras formas de assistência que essas pessoas recebem, sem desmerecer a importância que cada esfera tem: “As pessoas em situação de rua contam com políticas públicas, que têm a sua forma de lidar com isso, existem ONGs, que auxiliam na hora de dormir e da alimentação, há também ação de psicólogos, advogados, que trazem a parte burocrática… e existe o SP Invisível, que traz a comunicação e permite que as pessoas falem exatamente o que elas são. Traz dignidade. Os moradores de rua veem o SP Invisível como uma forma de se comunicarem com a sociedade.”
Ao apurar seus olhares para o que antes não viam (ou não queriam ver), passam a dar valor também a pessoas idosas em suas respectivas famílias, por exemplo. “Nossa meta é a de fazer com que se entenda o outro, que se crie empatia pelos outros seres humanos. Quanto mais a gente se relaciona com o ser humano, mais humano a gente se torna”.
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Créditos: as músicas utilizadas na edição do áudio, por ordem de entrada, são: Gente (Reynaldo Bessa), Fotografia (Leoni), Me deixa falar (George Israel e Paula Toller), com Kid Abelha, Não existe amor em SP (Criolo).