Mariana Assis
O Brasil segue na frente ocupando o primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos de pessoas trans no mundo, conforme aponta o Dossiê Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2019. Lançado hoje (29/1) pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o estudo é tradicionalmente divulgado no mesmo dia em que se comemora o Dia da Visibilidade Trans.
Em 2019, foram confirmados 124 assassinatos, sendo que apenas 11 deles tiveram os suspeitos identificados pela polícia. A pesquisa indica que, embora tenha havido diminuição em comparação a 2017 (179) e 2018 (163), isso não significa que houve redução dos assassinatos ou, tampouco, que essa população se sinta mais segura.
Segundo a associação, esse índice menor do que os outros anos pode não condizer com a realidade. Dificuldades no momento do registro da ocorrência, desrespeito e negação do uso do nome social das vítimas e a exclusão da identidade de gênero são destacados como possíveis responsáveis por isso.
A publicação detalha ainda que a maioria das vítimas era negra ou parda (82%), tinha entre 15 e 29 anos (59,2%), morava na região nordeste (37%), era do gênero feminino (97%), trabalhava como profissional do sexo (67%) e estava nas ruas quando foi assassinada (64%). A expectativa de vida delas foi de 29,7 anos.trans
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