Leonardo Valle
O aquecimento global poderá levar à extinção de até 10% das espécies de sapos, rãs e pererecas da Mata Atlântica em aproximadamente 50 anos. A conclusão foi dada por um estudo do herpetólogo da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Tiago da Silveira Vasconcelos, com colaboradores. O artigo analisa a distribuição presente e futura de anfíbios (anuros, ou seja, sapos, rãs e pererecas) na Mata Atlântica e no Cerrado, e sua relação com as mudanças climáticas que acontecem em virtude do aquecimento global contínuo.
Segundo a pesquisa, os regimes de temperatura e chuva previstos para ocorrer entre 2050 e 2070 serão fatais para espécies com menor adaptação à variação climática, que habitam pontos específicos da Mata Atlântica.
“O objetivo maior da pesquisa foi fazer um levantamento de todas as espécies de anfíbios do Cerrado e da Mata Atlântica e caracterizar suas preferências climáticas nas diferentes áreas que habitam. Com os dados em mãos, buscamos fazer modelagens para poder projetar cenários de aumento ou de redução das áreas climáticas favoráveis às diferentes espécies, em função dos regimes climáticos estimados para 2050 e 2070”, disse Vasconcelos à Agência Fapesp.
Atualmente, são conhecidas 550 espécies de anfíbios na Mata Atlântica e 209 espécies no Cerrado. Vasconcelos trabalhou com os dados de distribuição espacial de 350 espécies da Mata Atlântica e 155 do Cerrado, aquelas encontradas em, ao menos, cinco ocorrências espaciais diferentes.
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