Empreendedorismo criativo, tecnologia e incentivo ao protagonismo são alguns dos temas que serão tratados na palestra que acontece dia 27 de junho, no Colégio Hebe Camargo, no Rio de Janeiro (RJ). O evento será realizado para alunos e professores do ensino regular e para alunos do programa Dupla Escola, que integra o ensino formal ao curso técnico em telecomunicações.

O colégio recebe, como convidada, a Professora Doutora em Engenharia Elétrica pela USP, Roseli de Deus Lopes, que vai abordar a importância do ensino superior e carreiras ligadas à ciência e engenharia. Envolvida em pesquisas na área de tecnologia, Lopes é parceira do Instituto Claro no projeto Campus Mobile por meio do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI TEC) da USP. O instituto conversou com a professora e teve mais detalhes da palestra. Confira!

Foto de uma mulher sorrindo enquanto fala ao microfone
Professora Doutora Roseli de Deus Lopes (crédito: divulgação)

 

Professora, a palestra será para estudantes e professores de uma escola onde há ensino regular e técnico em telecomunicações. Qual é o objetivo do encontro com esses jovens e o que você pretende abordar?

Roseli de Deus Lopes: O Colégio Hebe Camargo é uma escola que vem fazendo um trabalho interessante na área de telecomunicações. Eu pretendo levar a experiência de estimular alunos do ensino médio e do ensino técnico a desenvolverem projetos seguindo a abordagem da pesquisa científica e tecnológica. O encontro vai ser um momento de sensibilização para que os estudantes conheçam histórias de sucesso de pessoas que têm a mesma faixa etária deles, e que estão encontrando soluções para que, com o conhecimento que a escola já oferece, possam ter ideias interessantes e resolver problemas que os incomodam.

Qual a importância de ações como essa para inspirar estudantes a seguirem carreiras de ciência, engenharia e tecnologia?

Lopes: Em geral, a educação, não apenas no Brasil, mas em vários lugares do mundo, fica muito focada em ensinar o que já foi feito. E, às vezes, em escolas onde há desenvolvimento de projetos, o nível de autoria do aluno é baixo. Essa ação é importante para o aluno perceber que não precisa se limitar ao que já viu. Ele pode partir de um incômodo para buscar informações necessárias e desenvolver projetos a partir de uma ideia. Minha intenção é incentivar os alunos a descobrirem quais são esses problemas e encontrar as ferramentas adequadas para solucioná-los. Com a experiência que eu tenho na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE) e no Campus Mobile, é possível mostrar que eles podem gerar conhecimento e inovações tecnológicas.

Como você analisa o cenário atual do jovem no empreendedorismo? E como ele se relaciona com o assunto?

Lopes: A área da qual eu posso falar é essa onde a gente mostra para o jovem que existem muitos problemas que podem e precisam ser resolvidos, mas que é preciso desenvolver estratégias para resolver essas questões. Se o estudante percebe que pode entender como as coisas funcionam, que ele tem o poder de, com o conhecimento já existente, desenvolver novas soluções, é possível chegar a propostas interessantes. Podemos citar as grandes empresas como exemplo. Elas investem em conhecimento externo, como o das startups, para descobrir alternativas que solucionem seus impasses. Há algum tempo, era preciso estar no lugar certo e na hora certa para ter acesso às informações. Hoje, se você souber fazer boas perguntas e souber aproveitar o potencial das bases de dados abertas e da internet, é possível desenvolver grandes ideias e criar seu próprio negócio.

O que um estudante que pretende ser empreendedor na área tecnológica deve fazer ou qual caminho deve seguir?

Lopes: A dica que eu posso dar é que eles terminem, primeiramente, essa etapa da educação básica. Mas, para descobrir qual carreira seguir, um dos caminhos é começar a olhar para o mundo e se questionar sobre o que se quer resolver. Sendo mais objetiva, é preciso estudar e estar preparado para as possibilidades que vão aparecer, mas não se limitar apenas às disciplinas da escola.

Tem um caso de duas meninas que começaram um projeto a partir de um problema de saúde. Uma delas ficou internada e a profissional que prestou atendimento não conseguia encontrar a veia para a aplicação de um medicamento. A partir desse problema, elas se perguntaram por que não existia alguma tecnologia que facilitasse o processo e começaram a pensar em uma forma de usar o celular para aperfeiçoar essa técnica. Hoje, as duas estão estudando engenharia. Ou seja, essa curiosidade direcionou as meninas aos temas que as interessavam. Encontrar essas áreas de interesse auxilia a escolha da carreira e motiva o jovem a querer encontrar seu espaço nesse universo.

Se pensarmos no Campus Mobile, que tem uma abordagem mais focada, quando você entra em um concurso como esse, você começa a fazer parte de uma comunidade com interesses comuns. Ou seja, é possível utilizar toda a evolução dos dispositivos mobile para encontrar soluções para esse tipo de tecnologia. Embora seja criação em tecnologia, muitas pessoas estão resolvendo problemas de saúde, educação, entretenimento, mas de uma forma em que essa comunidade com conhecimento técnico se fortalece na busca por grandes ideias.

Como o jovem pode se tornar protagonista e criativo na área de tecnologia com tanta inovação e competitividade acontecendo frequentemente?

Lopes: Na área de tecnologia e inovação existem muitos caminhos. Em empresas, desenvolvimento no ensino acadêmico e outras trajetórias já bem definidas. Mas estamos falando de pessoas ainda muito jovens e que estão no ensino técnico. Eles estão dando os primeiros passos nessa trajetória. Nesse ponto, o que se pode fazer é buscar assuntos de interesse onde ele possa investir tempo. Com o desenvolvimento desse pensamento, será mais fácil chegar no início desse caminho que pode levar a uma carreira de protagonismo. Em cursos de formação, nós recomendamos que os professores incluam criação de projetos nas disciplinas. Mas projetos em que o aluno tenha maior liberdade de escolha, que agucem a curiosidade.

O aluno pode querer investigar um problema que, muitas vezes, o professor não conhece. Nessa fase, ele pode pensar em metas ambiciosas. À medida que vai materializando esse sonho, ele vai perceber que os passos para concretizar a ideia serão muitos. Uma dica ao professor: não tenha medo do começo. A partir desse ponto o aluno vai entender que, para chegar ao final, será preciso criar cronograma, estabelecer metas, fazer parcerias e entrar em contato com especialistas. Mas é importante garantir que o aluno se sinta à vontade para investigar um assunto de seu interesse, e claro, com segurança e ética.

Para saber mais sobre a palestra da professora Roseli, acompanhe as redes sociais do Instituto Claro.

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