Conteúdos

●    Apresentação do autor;
●    Apresentação do livro e do contexto histórico;
●    Análise da obra;
●    Exercícios de fixação.

Objetivos

●    Compreender a obra O Ateneu, de Raul Pompeia;
●    Conhecer o autor e seu contexto literário.

Palavras-Chave:

Literatura Brasileira. Raul Pompeia. O Ateneu.

Proposta de Trabalho:

No roteiro de estudos a seguir você aprenderá sobre o autor Raul Pompeia e sua escola literária. Em seguida, encontrará a apresentação do contexto histórico do qual o autor se inspirou para o desenvolvimento da obra. Além disso, verá a apresentação do livro e a análise de alguns trechos escolhidos. Ao final, deixamos alguns exercícios de fixação para compreender melhor a linguagem temática do autor. Sugerimos que realize um fichamento – após a leitura do romance – para fixar melhor as ideias principais. Assista aos vídeos, ouça o podcast e acesse os links sugeridos. Bons estudos!

1ª Etapa: Apresentação do autor

Raul Pompeia, nascido em 1863 em Angra dos Reis – Rio de Janeiro. Foi escritor, professor, diretor da Biblioteca Nacional e jornalista. Filho de um advogado e uma mãe de família rica, muda-se com a família para a cidade do Rio de Janeiro aos 10 anos de idade, e vai estudar no colégio interno Abílio. Nesse período, escreve e ilustra no jornal do colégio. Sua carreira literária tem como obra inaugural o romance Uma Tragédia no Amazonas, de 1880, seguido de outro chamado, As Joias da Coroa, de 1883. Termina seus estudos na Faculdade de Direito do Recife, onde fervilhava os ideais abolicionistas e republicanos.

Surge, em 1888, O Ateneu, sua obra mais consagrada na literatura brasileira. No romance realista surgem críticas de uma sociedade baseada nos favores e na corrupção. No mesmo ano, escreve para a Gazeta de Notícias, onde participa ativamente dos debates políticos a favor da mudança de regime.
Desentendeu-se com Olavo Bilac, que o criticou pela charge publicada – O Brasil crucificado entre dois ladrões – que fazia referência a Portugal e Inglaterra. Pompeia tinha histórico de depressão e pelo desentendimento cometeu suicídio aos 32 anos.

raul pompeia
Raul Pompeia. Acesso em: 06/12/2020. (crédito: reprodução)

–    Raul Pompeia
Acesso em: 06/12/2020.
–    Podcast sobre o livro O Ateneu
Acesso em: 06/12/2020.
–    Vídeo sobre a obra
Acesso em: 06/12/2020.

2ª Etapa: Apresentação do livro e contexto histórico

O Ateneu é um romance realista e é o quinto livro de Raul Pompeia. A história narra a vivência de Sérgio em um colégio interno rígido e conservador, o Ateneu. O narrador em 1ª pessoa descreve suas relações com seus colegas, e a primeira visita que Sérgio faz no colégio o deixa animado para estudar lá, porém isso acontece em dia de festa e a beleza e a ostentação que Sérgio espera não acontece no dia a dia. A obra consagra Raul Pompeia no realismo brasileiro, pois o autor mobiliza atitudes humanas nas personagens, o que faz a narrativa ser um romance profundamente crítico à sociedade burguesa da época.

O livro surge em um momento histórico para o Brasil, a obra foi publicada junto com a abolição da escravidão no país e influenciada pelos movimentos surgidos na Europa, o Brasil deixa de usar a mão de obra escrava para em seguida realizar a Proclamação de sua República em 1889.

O Realismo surge neste contexto e busca descrever as relações e os comportamentos humanos por meio da observação psicológica e, no caso naturalista, por meio da observação biológica. Para escrever O Ateneu, Raul Pompeia pode ter se inspirado em sua própria história já que também viveu em um colégio interno desde os 11 anos de idade. Pompeia foi matriculado por seu pai no Colégio Abílio, importante internato inaugurado no Rio de Janeiro.

o ateneu
O Ateneu (crédito: reprodução)

–    Realismo no Brasil – Brasil Escola
Acesso em: 07/12/2020.
–    Livro O Ateneu – Raul Pompeia
Acesso em: 07/12/2020.

3ª Etapa: Análise da obra

A narrativa são as lembranças que Sérgio viveu em sua adolescência no colégio interno o Ateneu. O colégio era a melhor escola que os filhos da aristocracia poderiam estudar na época. Junto de seu pai, visita a escola em dia de festa, o que faz tudo parecer grandioso na cabeça do pré-adolescente de 11 anos. Sérgio, o menino de cachinhos louros, agora adulto, relembra suas experiências vividas naquele período.

“A primeira vez que vi o estabelecimento, foi por uma festa de encerramento de trabalhos. Transformara-se em anfiteatro uma das grandes salas da frente do edifício, exatamente a que servia de capela; paredes estucadas de suntuosos relevos, e o teto aprofundado em largo medalhão, de magistral pintura, onde uma aberta de céu azul despenhava aos cachos deliciosos anjinhos, ostentando atrevimentos róseos de carne, agitando os minúsculos pés e as mãozinhas, desatando fitas de gaze no ar. Desarmado o oratório, construíram-se bancadas circulares, que encobriam o luxo das paredes. Os alunos ocupavam a arquibancada. Como a maior concorrência preferia sempre a exibição dos exercícios ginásticos, solenizada dias depois do encerramento das aulas, a acomodação deixada aos circunstantes era pouco espaçosa; e o público, pais e correspondentes em geral, porém mais numeroso do que se esperava, tinha que transbordar da sala da festa para a imediata. Desta ante-sala, trepado a uma cadeira, eu espiava. Meu pai ministrava-me informações. Diante da arquibancada, ostentava-se uma mesa de grosso pano verde e borlas de ouro. Lá estava o diretor, o Ministro do Império, a comissão dos prêmios. Eu via e ouvia.” (p.03)

O Ateneu. Acesso em: 07/12/2020. (crédito: reprodução)

O fluxo de memória de Sérgio permite ao leitor acompanhar as fases de amadurecimento do garoto. Além disso, o autor busca construir elementos autobiográficos na ficção para poder fazer uma crítica à sociedade de seu tempo. As experiências cotidianas vivenciadas pelo narrador é um retrato dos desafios de convivência do ambiente escolar e relatam as corrupções, deslealdade que está presente em toda sociedade.

Dr. Aristarco é um personagem metódico, rígido e autoritário. Diretor do colégio, muito respeitado por todos. É casado com D. Ema, a figura feminina mais próxima do narrador, por isso acaba desenvolvendo uma paixão platônica de forma maternal e erótica ao mesmo tempo.

Os principais colegas de Sérgio, no Ateneu, são Sanches, Bento Alves, Rabelo, Franco, Egbert e Barreto. Com personalidades diferentes, os colegas participam do processo de amadurecimento do protagonista. No primeiro dia de aula, Sérgio fica tão nervoso que acaba desmaiando, sendo ajudado pelo seu primeiro amigo Rabelo.

“O professor interrogou-me; não sei se respondi. Apossou-se-me do espírito um pavor estranho. Acovardou-me o terror supremo das exibições, imaginando em roda a ironia má de todos aqueles rostos desconhecidos. Amparei-me à tábua negra, para não cair; fugia-me o solo aos pés, com a noção do momento; envolveu-me a escuridão dos desmaios, vergonha eterna! liquidando-se a última energia… pela melhor das maneiras piores de liquidar-se uma energia. Do que se passou depois, não tenho ideia.” (p.11)

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Personagens (crédito: reprodução)

Após esse primeiro episódio de desmaio, foi perseguido pelos colegas. Sanches, um dos colegas que o perseguia, salva sua vida na piscina do colégio, o que os aproxima. Certo dia, Sanches tenta uma aproximação física mais íntima, o que deixa Sérgio incomodado com a atitude.

“Pois bem, durante estes momentos de aplicação excepcional em que ficávamos a sós, eu e o grande, definiu-se o fundamento da antipatia pressentida. A franqueza da convivência aumentou dia a dia, em progresso imperceptível. Tomávamos lugar no mesmo banco. Sanches foi-se aproximando. Encostava-se, depois, muito a mim. Fechava o livro dele e lia no meu, bafejando-me o rosto com uma respiração de cansaço. Para explicar alguma coisa, distanciava-se um pouco; tomava-me, então, os dedos e amassava-me até doer a mão, como se fosse argila, cravando-me olhares de raiva injustificada. Volvia novamente às expansões de afeto e a leitura prosseguia, passando-me ele o braço ao pescoço como um furioso amigo. Eu deixava tudo, fingindo-me insensível, com um plano de rompimento em ideia; embargado, todavia, pela falta de coragem. Não havia mal naquelas maneiras amigas; achava-as, simplesmente, despropositadas e importunas, máxime não correspondendo à mais insignificante manifestação da minha parte.” (p.19)

Afastado e isolado de Sanches, Sérgio se aproxima de Franco, um garoto com mau comportamento na escola, o que o faz se comportar da mesma forma. Franco, perseguido pelo diretor e esquecido no colégio por seus pais, se torna amigo de Sérgio. Juntos, se tornam desafetos dos colegas e do diretor. Após uma briga de Franco com alguns colegas, Sérgio participa involuntariamente da vingança do amigo, colocando cacos de vidros na piscina para machucar os colegas que o agrediram.

“Diante da natação o Franco parou e me fez parar. “A minha vingança!” disse entre dentes, e me indicou a toalha d’água do grande tanque. A massa líquida, imóvel, na calma da noite, tinha o aspecto de lustrosa calçada de azeviche; algumas estrelas repetiam-se na superfície negra com uma nitidez perfeita. Com o mesmo modo atarefado de todo aquele singular empreendimento o Franco acercou-se de mim, tirou-me as garrafas que me dera e desapareceu da minha vista. Eu ouvi que ele quebrava as garrafas uma por uma. Daí a pouco reaparecia, trazendo as abas da blusa em regaço. E começou a lançar então com o maior sossego ao tanque, para todos os lados, aqui, ali, dispersamente, como semeando as lascas do vidro que partira. Um breve rumor de mergulho borbulhava à flor d’água, abrindo-se em círculos concêntricos os reflexos do céu. Eu vi muitas vezes contra o albor mais claro do muro fronteiro, passando, repassando, a sombra do sinistro semeador.” (p.28)

Sérgio fica terrivelmente atormentado por ter participado da vingança de Franco, mesmo que involuntariamente. Como é muito religioso, vai até a capela para rezar e pedir que algo aconteça e evite a tragédia. Ao acordar percebe que os colegas estão bem e sem machucados, disseram ao garoto que o diretor pediu para não utilizarem o espaço, pois iriam fazer uma limpeza de rotina na piscina. Acreditando que suas rezas foram um sinal de sua fé, se afasta de Franco, pois acredita que ele é o causador de todas as coisas ruins que acontecem com ele.

“Ao dia imediato saí da cama como de uma metamorfose. Imaginei, generalizando errado, que a contemplação era um mal, que o misticismo andava traidoramente a degradar-me: a convivência fácil com o Franco era a prova. O Ateneu honrava-me, por esse tempo, com um conceito que só depois avaliei. Eu não me julgava assim tão apeado, mas supus-me diretamente a caminho de um mergulho. Se a alma tivesse cabelos, eu registraria neste ponto um fenômeno de horripilação moral. Fiquei perplexo. O triunfo na escola podia ser o Sanches, em compensação, a humildade vencida era o Franco. Entre os dois extremos repugnantes, revelavam-se-me três amostras típicas à linha do bem viver: Rabelo, um ancião; Ribas, um angélico; Mata, o corcunda, um polícia secreta.” (p.31)

Agora, com novos amigos, Sérgio volta a ser o menino obediente de quando entrou. E assim conhece Barreto, um jovem que viveu em um seminário e é muito religioso. Essa amizade também não dura muito, pois Barreto só sabe falar sobre o inferno e a fúria de Deus, deixando Sérgio incomodado com seus pecados que o atormentam. Abandona a religiosidade e a amizade de Barreto. Seus dias são monótonos no colégio, suas amizades por interesse e encontra dificuldades para se adaptar, seu pai o orienta a ser independente e conquistar o seu lugar. Conhece Bento Alves, um aluno mais velho, e que também trabalha na biblioteca do colégio. Essa aproximação faz Sérgio entrar para o clube literário do internato. Bento Alves lhe presenteia com muitos livros, o que faz com que se aproximem ainda mais e passem horas lendo juntos. Essa convivência desperta desconfiança dos outros colegas sobre o tipo de relação dos dois.

“Trouxera-me um presente de livros, com dedicatória a cores de bela caligrafia, inscrita em rosas entrelaçadas de cromo. Recordo-me também de um dulcíssimo cofre dourado de pastilhas e outras ridicularias de amabilidade que me oferecia, passado de vergonha pela insignificância do obséquio. Confusamente ocorria-me a lembrança do meu papelzinho de namorada faz-de-conta, e eu levava a seriedade cênica a ponto de galanteá-lo, ocupando-me com o laço da gravata dele, com a mecha de cabelo que lhe fazia cócega aos olhos, soprava-lhe ao ouvido segredos indistintos para vê-lo rir, desesperado de não perceber. Uma das irmãs casara no Rio Grande; ele mostrou-me o retrato do noivo, um par de bigodes negros descaídos, com a noiva, um rosto oval correto e puro, o turbilhão nevoento dos véus. Deu-me um botão de flor de laranjeira que tinham remetido.” (p.64)

Da amizade à loucura. Dessa amizade entre Sérgio e Bento Alves, surgiu também a loucura em um ato sem explicação. Bento Alves inicia uma briga com Sérgio sem motivos, o que chama a atenção do diretor Aristarco. Assim que o diretor se aproxima, Bento Alves sai de perto, e acaba sobrando para Sérgio explicar o motivo da briga. No dia seguinte, Bento Alves sai do colégio para nunca mais voltar, o que faz Sérgio se aproximar de Egbert. Sobre a amizade, reflete o narrador:

“Conheci pela primeira vez a amizade. A insignificância cotidiana da vida escolar em que a gente se aborrece, é favorável ao desenvolvimento de inclinações mais sérias que as de simples conveniência menineira. O aborrecimento é um feitio da ociosidade, e da mãe proverbial dos vícios gera-se também o vício de sentir. A convivência do Sanches fora apenas como o afeiçoamento aglutinante de um sinapismo, intolerável e colado, espécie de escravidão preguiçosa da inexperiência e do temor; a amizade de Bento Alves fora verdadeira, mas do meu lado havia apenas gratidão, preito à força, comodidade da sujeição voluntária, vaidade feminina de dominar pela fraqueza todos os elementos de uma forma passiva de afeto, em que o dispêndio de energia é nulo, e o sentimento vive de descanso e de sono. Do Egbert, fui amigo. Sem mais razões, que a simpatia não se argumenta.” (p.68)

As saídas do colégio eram uma espécie de fuga da realidade do internato. Uma dessas saídas foi um piquenique no jardim Botânico, onde os estudantes passeavam livres até a mesa ser posta e os alunos atacarem a comida. Lembranças de momentos bons são raras na narrativa, pois o cotidiano rotineiro do internato tirava dos alunos todo prazer de vivenciar aqueles momentos.

O Ateneu. Acesso em: 07/12/2020. (crédito: reprodução)

Todos os anos alunos de diversas escolas fazem os testes oficiais. Para Sérgio, o ambiente é muito opressor, pois as expectativas durante os testes eram muito altas para o padrão do Ateneu. Ao final do ano letivo, Sérgio passa suas férias no colégio, sua família não pode buscá-lo, pois estavam na Europa. Nesse período fica muito doente, com sarampo, e acaba sendo cuidado por Dona Ema, a esposa do diretor.

“Logo depois da festa de educação física, que foi alguns dias depois da grande solenidade dos prêmios, eu adoecera. Sarampos, sem mais nem menos. […]D. Ema foi para mim o verdadeiro socorro. Sabia tanto zelar, animar, acariciar, que a própria agonia aos cuidados do seu trato fora uma ressurreição. A enfermaria era um simples lance da casa, espécie de pavilhão lateral, com entrada independente pela chácara e comunicando por dentro com as outras peças. A senhora não deixava a enfermaria. Vigiava-me o sono, as crises de delírio, como uma irmã de caridade. Aristarco surgia às vezes solenemente, sem demorar. Ângela nunca. Fora-lhe proibida a entrada. Junto da cama, D. Ema comovia-se, mirando a prostração pálida ao reabrir os olhos de um desses períodos de sono dos enfermos, que tão bem fingem de morte. Tirava-me a mão, prendia nas dela, tempo esquecido; luzia-lhe no olhar um brilho de pranto. A alimentação da dieta era ela quem trazia, quem servia. Às vezes por gracejo carinhoso queria levar-me ela mesma o alimento à boca, a colherinha de sagu, que primeiro provava com um adorável amuo de beijo. Se precisava andar no aposento para mudar um frasco, entreabrir a janela, caminhava como uma sombra por um chão de paina. Eu me sentia pequeno deliciosamente naquele círculo de conchego como em um ninho.” (p.88)

O conforto que sente ao ser cuidado por Dona Ema é como estar no conforto de casa. Já em recuperação, Sérgio presencia a última fase do colégio Ateneu, o grande incêndio. Esse é o encerramento da narrativa, o incêndio que destrói toda aquela opressão vivida pelo adolescente.

“Um grito súbito fez-me estremecer no leito: Fogo! fogo! Abri violentamente a janela. O Ateneu ardia. As chamas elevavam-se por cima do chalé, na direção do edifício principal. Imenso globo de fumo convulsionava-se nos ares, tenebroso da parte de cima, que parecia chegar ao céu, iluminado inferiormente por um clarão cor de cobre. […] O Ateneu devastado! O seu trabalho perdido, a conquista inapreciável dos seus esforços!… Em paz!… Não era um homem aquilo; era um de profundis. Lá estava; em roda amontoavam-se figuras torradas de geometria, aparelhos de cosmografia partidos, enormes cartas murais em tiras, queimadas, enxovalhadas, vísceras dispersas das lições de anatomia, gravuras quebradas da história santa em quadros, cronologias da história pátria, ilustrações zoológicas, preceitos morais pelo ladrilho, como ensinamentos perdidos, esferas terrestres contundidas, esferas celestes rachadas; borra, chamusco por cima de tudo: despojos negros da vida, da história, da crença tradicional, da vegetação de outro tempo, lascas de continentes calcinados, planetas exorbitados de uma astronomia morta, sóis de ouro destronados e incinerados… Ele, como um deus caipora, triste, sobre o desastre universal de sua obra. Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo – o funeral para sempre das horas.” (p.93)

Sérgio é a representação do amadurecimento de uma criança para se tornar adolescente e homem adulto. As dores vividas pelo personagem o libertam para construir novos tipos de relações, já que nesse período as obras realistas denunciavam as adversidades da sociedade burguesa brasileira do século XIX.

4ª Etapa: Exercícios de fixação

1. (ITA-2000) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, NÃO se pode afirmar que:
a) o colégio Ateneu reflete o modelo educacional da época, bem como os valores da sociedade da época.
b) o romance é narrado num tom intimista, em terceira pessoa.
c) a narrativa expressa um tom de ironia e ressentimento.
d) as pessoas são descritas, muitas vezes, de forma caricatural.
e) são comuns comparações entre pessoas e animais.

2. (UFMG-1998) Todas as alternativas apresentam afirmações corretas sobre o narrador do romance O Ateneu, exceto:
a) O narrador entremeia à narrativa dos acontecimentos da vida escolar as suas opiniões.
b) O narrador dá mais ênfase aos fatos sociais do que aos da sua experiência pessoal.
c) O narrador estrutura o enredo, revelando a existência de etapas no processo de formação de sua personalidade.
d) O narrador apresenta as relações entre os personagens de modo a desnudar alguns aspectos ocultos dessas relações.

3. (UFMG-1998) No romance O Ateneu, de Raul Pompéia, o personagem Aristarco, que apresenta um “vaivém de atitudes”, é visto como portador de uma “individualidade dupla”. Todas as alternativas contêm trechos do romance em que Aristarco passa de uma atitude a outra, exceto:
a) Quando meu pai entrou comigo havia no semblante de Aristarco uma pontinha de aborrecimento. (…) Mas a sombra de despeito apagou-se logo, como o resto de túnica que apenas tarda a sumir se numa mutação à vista; e foi com uma explosão de contentamento que o diretor nos acolheu.

b) Aristarco, que consagrava as manhãs ao governo financeiro do colégio, conferia, analisava os assentamentos do guarda-livros. De momento a momento entravam alunos. Alguns acompanhados. A cada entrada, o diretor lentamente fechava o livro comercial, (…) oferecendo episcopalmente a mão peluda ao beijo contrito e filial dos meninos.
c) (…) viam-no (Aristarco) formidável, com o perfil leonino rugir (…) sobre outro (aluno) que tinha limo nos joelhos de haver lutado em lugar úmido, gastando tal veemência no ralho, que chegava a ser carinhoso.
d) A cadeira girava de novo à posição primitiva; o livro da escrituração espalmava outra vez as páginas enormes; e a figura paternal do educador desmanchava-se volvendo a simplificar se na esperteza atenta e seca do gerente.

Respostas

1 – Alternativa ‘b’.
2 – Alternativa ‘b’.
3 – Alternativa ‘c’.

Exercícios extraídos do site: Vest Mapa Mental.  Acesso em: 07/12/2020.

Roteiro de Estudos elaborado pela Professora Fernanda Alves de Souza   

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