Há um debate em curso na educação sobre a importância dos livros didáticos e a substituição deles por outros materiais, como apresentações digitais em slides ou conteúdos em tablets. Nesta entrevista, o professor e pesquisador Antônio José Lopes contextualiza o debate atual sobre livros didáticos a partir da sua experiência em sala de aula e como consultor para secretarias municipais e estaduais de educação e o Ministério da Educação (MEC).
Lopes destaca a importância do livro didático tradicional, expõe a importância de mesclá-lo com outras ferramentas e chama a atenção para as dificuldades da adoção de novas tecnologias. “Os livros didáticos têm 50, 60 anos de visão de currículo, metodologias, então ele é um guia para o professor. É ali que existem textos, atividades e que os estudantes podem relacionar com outras disciplinas e suas próprias vidas”, explica.
No vídeo, o professor também cita o caso da secretaria de educação do estado de São Paulo, que ganhou grande repercussão na mídia, no qual os materiais didáticos digitais adotados pela rede, e distribuídos a alunos e professores, continham graves erros conceituais em várias disciplinas, como história, biologia e matemática.
O pesquisador chama a atenção ainda para a importância de se adaptar aos novos tempos, mas observando o melhor para o aluno: “É um mito a ideia de que tudo poderá ser substituído por computador, mas existem recursos, programas que podem ajudar o aluno. Não existe uma tecnologia do mau ou do bem, ou um livro do mau ou do bem”, analisa.
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Atualizado em 13/03/2024, às 15h45.