Após uma crise depressiva, a professora Fernanda Manna aprendeu a bordar como forma de meditação ativa por indicação profissional. Com o domínio da técnica, decidiu levar a atividade para os alunos dos anos finais do ensino fundamental.
“Era algo muito latente neles falar sobre algumas questões deles mesmos e do que estava acontecendo na sociedade. Então eu comecei a trazer materiais, a gente começou a fazer debates, discussões, sempre relacionados aos direitos humanos, de ter uma equidade entre as pessoas. Então, depois que eles aprendem os pontos, eles escolhem um desenho ou podem elaborar”, explica Manna.
O projeto Bordando a Diversidade, iniciado há cinco anos, tem turma cheia e interesse de meninas e meninos. Mesmo com alguma resistência por parte de colegas ou familiares, a educadora e os alunos discutem temas sociais relevantes de forma artística e com foco no autoconhecimento.
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Para os alunos, os trabalhos manuais diminuem a ansiedade e a raiva, além de proporcionar maior concentração. A diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Emiliano di Cavalcanti, Priscila Kadama, mostra os ganhos pedagógicos nas disciplinas do currículo básico.
“O primeiro grande benefício é o autoconhecimento, logo depois a elevação da autoestima. Os alunos – ao se perceberem capazes de fazer atividades diferenciadas, artísticas, estéticas, que para eles são importantes – desenvolvem suas habilidades. Essa concentração no fazer permite um raciocínio diferenciado. Com esses trabalhos, a gente ganha reflexões mais apuradas nos componentes curriculares mais tradicionais”, conta.
Atualizado em 19/07/2024, às 17h06.