Já ouviu falar da Feira Nacional do Doce (Fenadoce)? Os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Coronel Alberto Rosa, em Pelotas (RS), também não sabiam muito sobre o evento anual que acontece na cidade. Mas de maneira fácil e desafiadora, a busca de informações sobre o funcionamento da feira aconteceu de uma forma diferente. O professor de português Neemias de Oliveira Steinle propôs a metodologia da webquest para as crianças do 5º ao 8º ano.

“Cada um desenvolveu uma pesquisa de acordo com suas habilidades. Com a webquest, acabam primando mais pela qualidade do trabalho, pois sabiam que o material seria publicado na internet, não só corrigido pelo professor”, conta Steinle, que adota o método frequentemente em suas aulas há sete anos.

Além do empenho em aperfeiçoar o material produzido, Neemias ressalta ser um ganho o aumento do interesse dos alunos na atividade. “Eles ficam bem animados. O mundo que o aluno está inserido se transforma a cada momento, ele vai então exigir mais da escola. Eles gostam de coisas dinâmicas.”

A webquest – sem tradução para o português – é uma metodologia de pesquisa orientada em que a maior parte das informações é buscada na internet, sem que o aluno apenas compile informações e imprima o conteúdo. Por meio de roteiro, o professor apresenta uma proposta de forma lúdica, e coloca uma tarefa desafiadora para o aluno, que deverá desenvolver processos para apresentar o produto final da pesquisa.

Assista abaixo uma entrevista (com legendas) com Bernie Dodge, criador da webquest, feita pela Rede Sesc e Senac de Televisão:

Powerpoint, word, blog, revista… A depender da forma da proposta do educador, um produto diferente será o resultado. No caso da Fenadoce, após a pesquisa dos alunos, foram feitos pequenos filmes. “Foi muito gratificante para nós alunos, termos realizado esse trabalho. Foi uma experiência única trabalhar em grupo para atingirmos um objetivo comum”, postou o aluno Nicolas Fernandes Quevedo, no blog do professor Neemias.

Para a diretora do Instituto Crescer – que trabalha com tecnologias digitais na formação –, Luciana Allan, a metodologia está alinhada com o que “se pensa ser interessante para uma educação contemporânea”. “A webquest tira foco do conteúdo e passa para o desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos de leitura, escrita, pesquisa, administração do tempo, relacionamento com pessoas, desenvolvimento de comunicação oral e uso de tecnologia”, completa ela.

A tecnologia materializada na pesquisa pela internet configura um recurso necessário no processo, mas não é um fim. “Acaba atraindo mais, porque uma pesquisa tradicional está restrita à biblioteca ou material impresso. É interessante procurar em diferentes mídias”, pontua Steinle.

Assim, por meio da webquest, o aluno pode trabalhar a informação transformando-a em conhecimento. O professor assume um papel de moderador e facilitador da aprendizagem, e “os alunos devem ser agentes participativos do processo”, diz Luciana.

Professor online
A metodologia também aproxima o professor da internet, já que ele deve sugerir links de pesquisa ao estudante. “Além disso, terá que verificar sobre bibliografia, sites confiáveis ou não para orientar os alunos também”, ressalta Luciana.

Não é de hoje
A webquest é aplicada no Brasil desde 2003, mas ainda não muito difundida. “Nem todo mundo conhece. Falta um estímulo”, acredita Luciana. “Professores com perfil de aulas tradicionais têm mais dificuldades de trabalhar com webquest”, analisa o professor Neemias.

Veja abaixo o passo a passo da construção de uma webquest, em vídeo do Portal do Professor, do Ministério da Educação (MEC):

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