Inovação é um processo. É mais que ações pontuais carregadas de novidade. Para discutir o que realmente significa inovar na educação, algo que o Instituto Claro valoriza por meio do seu Prêmio, que está na terceira edição e com inscrições abertas, convidamos a professora Paula Carolei, doutora em educação e líder da comissão técnica do Prêmio, para um twittencontro aberto aos interessados no tema.

Ao longo de uma hora, @pcaroleirespondeu a perguntas, tirou dúvidas sobre o Prêmio Instituto Claro -cujas modalidades são “Inovar na Escola” e “Inovar na Comunidade”- e trouxe bastante da sua experiência com o uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) para o debate, realizado no dia 8 de junho.

Ao responder à questão inicial “Como inovar em um ambiente tradicional sem ser visto como demagogo?”, enviada por @Edson_USP, @pcarolei propôs um olhar amplo para os educadores e destacou a importância de estes serem realmente ativos na revisão de suas práticas. “A base da inovação é a alteridade; ou seja, sair de si e olhar o outro: outras áreas, países, grupos e, principalmente, lógicas. Demagogia acontece quando só o discurso muda. É preciso rever as práticas pedagógicas. É preciso fazer e não apenas falar”, afirmou.

No contexto do fazer diferente utilizando novas metodologias ou adaptando as já existentes a novos contextos e ao uso de novas ferramentas, houve ainda este diálogo:

– “Meus alunos ficam no face dentro da sala. Devo colocar a aula no face e projetar? Seria inovação?” (por @Edson_USP)

– “Não! Não basta demonstrar, é preciso usar a lógica das redes para aprender. Quando a escola só MOSTRA, o aluno exige participação” (por @pcarolei).

Inovação e provocação

Cética em relação à profusão de tecnologias que surgem e que são vistas como “necessárias” aos ambientes de ensino e aprendizagem, @pcarolei afirmou que a inovação deve vir de uma provocação interna [nas instituições] e não de fora para dentro como imposição de tecnologias sem uma real necessidade. Seguindo essa linha, uma questão muito pertinente foi levantada no twittencontro:

– “Como vocês avaliam que algo é inovador na educação? Que resultados devem aparecer para ser considerado inovador?” (por @Cris_Parente)

– “Quando projeto apresenta soluções e novos usos da tecnologia, mas que atendam aos seu contexto e o transformem” (por @pcarolei)

O celular, presente em massa nas salas de aula, entrou na discussão com o tuíte da @priscyladesign, que pediu exemplos de uso pedagógico desta ferramenta. “Inovar com o celular acontece quando é usado para registrar, mapear e conectar em rede os espaços físicos”, pontou @pcarolei, que em seguida citou como exemplo projetos do Waag Institute  e o wikimapa.

Antes de adotar o celular como ferramenta pedagógica, vem a questão da liberação do mesmo nos ambientes, assunto ainda polêmico no sistema educacional brasileiro. Sobre o mesmo, houve uma questão levantada:

– “Como rever práticas pedagógicas apesar do Sistema Educacional arcaico e a falta de estrutura nas escolas? (por @marilaineFCosta)

– “Mudanças de estrutura vêm de contágios. Iniciativas isoladas que vão se amplificando e conseguindo adesões” (por @pcarolei).

O Prêmio Instituto Claro no debate

Algumas questões abordadas durante o Twittencontro também esclareceram dúvidas para os interessados em participar do Prêmio Instituto Claro, que neste ano vai distribuir R$ 150 mil aos projetos mais inovadores e capazes de gerar transformação, além de cursos no Senac. – “Os projetos podem ser experimentais, provas de conceito, pesquisa?” (por @romerotori) – “Sim. desde que tenha uma transformação no processo de aprendizagem documentada na instituição formal ou informal” (por @pcarolei)- “Escolas particulares podem participar do #premioinstitutoclaro?” (por @deborasebriam) – “Sim, desde q não gere custo extra ao aluno” (por @institutoclaro)Vale destacar ainda a pergunta de @Cris_Parente: “Um projeto só é inovador se usar as TICs?”. Paula Carolei destacou: “Inovação não depende das TICs. Elas amplificam as ações humanas, e isso potencializa as ações transformadoras”. Exatamente por potencializar a transformação, o Prêmio Instituto Claro valoriza a utilização das TICs nos projetos. E como respondeu a nossa convidada ao @profmichel: “No uso das TICs, estratégia é uma palavra importante. A tecnologia deve ser inserida no COMO aprender MELHOR. Para @fernandagtardin, @pcarolei ainda destacou: “É preciso partir do problema e do contexto. A tecnologia deve ser inserida no planejamento, e não imposta”.

Leia mais sobre o Twittencontro, visite o nosso perfil no Twitter ou o da @pcarolei.

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