Estabelecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2001 e celebrado no Brasil desde 2005, o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento é comemorado todo dia 10 de novembro. Na última sexta-feira (9/11), um evento lembrou a data no Rio de Janeiro (RJ). Em São Paulo (SP), entre os dias 12 e 16 de novembro acontecem atividades.
“Políticas estruturantes para um país são feitas com investimentos em educação, ciência e tecnologia. A história mostra que países com indicadores de desenvolvimento social relevantes são aqueles que investiram nisso. A ciência tem que estar relacionada a melhoria de vida das pessoas e o espírito do dia mundial é isso”, explica o oficial de Ciência da Unesco no Brasil, Ary Mergulhão.
Na sexta-feira, durante o evento, João Candido Portinari, filho do artista plástico brasileiro Candido Portinari, apresentou uma palestra sobre o painel “Guerra e Paz”, doado pelo governo brasileiro, em 1956, para a sede da ONU.
Já nesta segunda (12/11), foram premiados, em cerimônia na Universidade de São Paulo (USP), os ganhadores do Concurso de Trabalhos Escritos e Desenhos 2012, lançado pela Unesco. Saíram vencedores os alunos e professores responsáveis pelos dez melhores trabalhos escritos e pelos dez melhores desenhos.
Para o concurso, os participantes tiveram que responder a pergunta “qual é a melhor fonte de energia para nosso futuro?”. “A questão não tem resposta certa e imediata, porque dependendo do país e suas características não existe uma fonte só de energia. Incentivamos os jovens de ensino médio a pensarem nisso para o Brasil. Todas as fontes tem um tipo de efeito colateral, mesmo eólica e solar”, afirma.
O tema do Dia Mundial da Ciência escolhido para este ano é “Ciência em Prol da Interconectividade, Colaboração e Sustentabilidade Global”. “Hoje esse tema é o que há de mais moderno na nossa discussão de futuro, porque não podemos mais pensar em regiões isoladamente, em países isoladamente, porque aquilo que estamos desenvolvendo em termos científico e tecnológico está afetando a população inteira. A poluição em um país atinge outro por terra, ar ou mar”, completa o oficial de Ciência da Unesco.
Foram realizadas, em 2012, 48 feiras de ciências municipais, 23 estaduais e cinco grandes feiras nacionais. Para as olimpíadas científicas, há um orçamento previsto pelo Ministério da Educação (MEC) de R$ 3,3 milhões. Mais R$ 9 milhões deverão ser destinados pela Capes e pelo CNPq para financiar projetos de feiras e mostras científicas.
De acordo com Mergulhão, destinar financiamento para a educação básica é o principal, pois vai trazer consequências a médio e longo prazo. “Atrair esses jovens para a carreira cientifica. Isso é fundamental. A educação básica é um gargalo que está atingindo a ciência e a pesquisa, e impacta também na mão de obra qualificada”, pontua.
Outro desafio ressaltado por ele é as empresas também começarem a investir em pesquisa. “Nos últimos 50 anos, foram feitos investimentos que deram frutos importantes ao país: 13 mil doutores por ano é um número relevante. Poderia ser melhor? Claro. Investimentos nunca são suficientes. O que é necessário agora é fazer com que as empresas também desenvolvam ciência e tecnologia.”
Menino visita a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
de 2012, ocorrida em outubro