O Palácio das Indústrias, no centro de São Paulo, não dá pistas do que está ali dentro. Sua arquitetura eclética, de 1924, condiz mais com sua função original, quando abrigava exposições de produtos agrícolas e industriais. A partir de 26 de março de 2009, o interior do prédio passou a contrastar com a fachada, abrigando o Catavento Cultural, aberto ao público com 29 instalações culturais e educativas.



As instalações são divididas em quatro seções: Universo, Vida, Engenho e Sociedade e foca em conhecimentos básicos dentro de cada tema. Em cada seção, a tecnologia é utilizada para passar o conhecimento de maneira atraente. Os aparelhos vão desde clássicos como o Gerador de Van De Graaff – aquela bolona de metal que faz os cabelos arrepiarem ao ser tocada – até uma tela escura que vai revelando um quadro de Portinari conforme a pessoa varre o espaço com um “pincel”.

 

Em Universo, o público vê um teto forrado de constelações, uma grande e brilhante maquete do Sol e em um cantinho pode ouvir os sons do espaço. Alto-falantes numerados indicam barulhos como explosões solares e vento cósmico: é só apertar o botão e colar o ouvido. Já em Vida, o tema é a biologia. Por uma tela touchscreen, crianças aprendem um pouco sobre a semelhança entre os seres vivos, arrastando para um mesmo grupo animais que tivessem algo em comum, como o número de patas. Ao final do jogo, semelhanças não tão óbvias eram reveladas e não faltavam gritos de “baleia não é peixe!”.

 

Em Engenho, estão os aparelhos que vasculham a temida Física, abordando conceitos como atrito, eletromagnetismo e mecânica de forma mais divertida. E Sociedade é uma fartura de tecnologia. Em uma parede de escalada dá para alcançar telas com retratos de personagens históricos como Napoleão e Aristóteles e ouvir um pouco sobre suas vidas. E quem narra as histórias? Eles mesmos! Com efeitos de computação, seus rostos se movem e eles contam fatos de suas trajetórias. É possível até dar uma volta pelo Rio de Janeiro. Com telas gigantes e óculos 3D, o visitante faz um passeio digital aéreo pela cidade e avista maravilhas como o Corcovado e o Maracanã.



A seção Sociedade tem ainda uma grande sala que trata da Nanotecnologia, cujo objetivo é compreender a matéria em escala nanométrica, isto é, sua organização átomo por átomo, molécula por molécula (a escala nano varia de 1 a 100 nanômetros – um nanômetro equivale a um bilionésimo de metro). O universo um bilhão de vezes menor que o metro torna-se visível por meio de games ultrainterativos em que os participantes se familiarizam com as aplicações dessa nova área científica ao limpar um tecido com sujeira nanométrica ou bombardear células doentes com moléculas de medicamentos. “É incrível, já aconteceu de ao final as crianças virem e perguntarem que faculdade tem que fazer para ser nanocientista!”, recorda o monitor Cleber Galo.

O espaço usa as tecnologias da melhor forma possível e é um convite ao aprendizado. “É bem interativo, a crianças podem subir, tocar, mexer. Se fosse um espaço em que as pessoas ficassem só falando, para a idade deles seria bem menos atraente”, destaca Adriene Weingrill, que acompanhava o filho de sete anos pelas atividades. Nada melhor que essa proximidade para tirar a sisudez que os museus costumam nos apresentar. Por exemplo, na seção Universo, um receoso visitante, diante de um meteorito verdadeiro, perguntava “pode encostar?”. Ao que o monitor respondeu com um sonoro “claro que pode!”.

 

Catavento Cultural e Educacional
Palácio das Indústrias, localizado na Praça Cívica Ulisses Guimarães s/n – Parque D. Pedro II –  
Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h, entrada permitidas até às 16h
Ingressos: R$ 6, com meia-entrada para estudantes e idosos
Estacionamento com capacidade para 200 carros: R$ 8 (pelo período de até 3 horas)
Escolas e grupos podem agendar visitas pelo endereço: http://www.cataventocultural.org.br/



 

Fotos: Maíra Soares

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