Para um professor do século 21, os benefícios de se ter o apoio das TIC na educação são muitos. Entretanto, sendo estes meios constantemente afetados pela inovação e pela criatividade de seus agentes, não é fácil manter-se atualizado sobre as novidades.

Para Valdenice Minatel, Coordenadora de Tecnologia do Colégio Dante Alighieri, em uma situação em que o conhecimento está sempre em transformação, esta atualização constante do docente é essencial. Porém, a professora tem um conselho: “antes de decidir onde procurar estes conteúdos, é preciso ter uma postura de investigação sobre o que está acontecendo”.

Em um cenário ideal, a predisposição pessoal de saber mais e melhor estaria aliada a uma instituição que dê o apoio necessário nesta busca. Mas estar por dentro das inovações tecnológicas e descobrir maneiras de aplicá-las às disciplinas ainda depende muito da vontade dos professores. Exige, portanto, que eles sejam life-long learners, isto é, indivíduos motivados que compreendem a necessidade de manter o aprendizado ao longo de toda sua vida e não apenas durante o período escolar.

O apoio da escola

Como o Colégio Dante Alighieri incentiva e apoia o uso das tecnologias na sala de aula?Isso acontece principalmente por meio do Departamento de Tecnologia, responsável não só pela aquisição dos equipamentos, mas também pela formação e acompanhamento dos professores. Assim, há uma preparação no que diz respeito aos motivos do uso dos recursos digitais, bem como as melhores formas, locais e situações para explorá-los. Tudo o que é feito no colégio tem é proposto com um objetivo.

Leia mais sobre o Colégio Dante aqui.

Contudo, segundo Valdenice, existem caminhos para encontrar informações, recursos e entrar em contato com outras pessoas que compartilham o mesmo interesse. Em primeiro lugar, a coordenadora ressalta que os métodos tradicionais de pesquisa ainda geram resultados muito positivos. Assim, recomenda a busca em livros, pesquisas e estudos acadêmicos que relatam experiências de sucesso (confira alguns exemplos destes conteúdos aquiaqui aqui). Também é possível também encontrar diversos cursos de formação que abordam a aplicação das TIC na escola.

Leia o depoimento de Josi Zanette Do Canto (professora de História e Geografia)

Sentindo a necessidade de atualização, pois estou em sala há aproximadamente doze anos, comecei a buscar cursos de formação continuada e encontrei uma especialização na Universidade Federal de Santa Catarina em Educação na Cultura Digital. Mesmo já tendo uma especialização em educação interdisciplinar, acreditei que seria uma boa oportunidade para me adaptar aos novos tempos. Comecei também a cursar disciplinas isoladas sobre as TIC, que me auxiliaram muito em minhas práticas pedagógicas. Paralelamente, busco mais informações de forma autônoma, pesquisando e observando bons exemplos, afinal professor sempre inspira professor! Creio que só as tecnologias não têm o poder de melhorar a educação, mas, quando o professor se apropria delas, isso potencializa muito o rendimento escolar dos alunos. Gosto sempre de lembrar de Paulo Freire: “sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.

Outra possibilidade são as comunidades de prática (CoP), um sistema de aprendizagem social (online ou off-line) em que um grupo se reúne para discutir um mesmo assunto. Desta maneira, educadores engajados discutem e trabalham juntos para encontrar novas formas de inserir os meios digitais no projeto pedagógico. Valdenice ressalta aqui a importância de conversar também sobre casos que não deram certo, uma vez que é possível aprender muito a partir dos erros e das falhas.Mais livres que as CoP, grupos e comunidades nas redes sociais têm se apresentado como grandes aliados do ensino, já que permitem compartilhamento de conteúdo, comentários e discussão. Cada vez mais professores compartilham suas vivências na internet, como é o caso de Maria Inês Cabrita que, após uma série de experimentos bem-sucedidos com aplicativos educativos, criou seu próprio blog para dar dicas e sugestões.

Leia o depoimento de Maria Inês Cabrita (especializada em Educação Especial e Reabilitação)

Trabalho em um centro de desenvolvimento infantil de crianças com dificuldades de aprendizagem e perturbações do desenvolvimento. Usava Power Point com muita interatividade, suporte visual e som e logo senti muita motivação, interesse e uma evolução mais rápida ao nível da estimulação da cognição verbal e não verbal.Comprei um iPad e descobri blogues de divulgação de apps educativos, fiz pesquisas no Google direcionadas à tecnologia e objetivos terapêuticos, assinei newsletters de empresas de software educativo, naveguei na própria loja do iTunes. Pouco a pouco criei a minha “galeria” educativa. Hoje em dia utilizo o tablet para introduzir novos conceitos, para reforçar a matéria com estratégias educativas diferenciadas (maior suporte visual), ou como reforço/prêmio no final da sessão. No último ano, vários professores, terapeutas, pediatras, sabendo do meu trabalho já desenvolvido na área das novas tecnologias com as crianças, pediram-me referências. Criei então um blog para partilhar com todos os interessados os melhores apps, bem como algumas estratégias para que tudo corra bem.

A web tem muito a oferecer neste sentido, abrindo canais de troca e contato entre os profissionais. “Percebi que alguns sites, páginas do Facebook, do Twiter e jornais online, sugerem meios que posso inserir no meu cotidiano profissional”, conta Ricardo A. M. Costa, um dos intrigantes do grupo TIC na Prática, no Facebook.

Além de recorrer à internet, também é importante que os professores tragam os alunos para dentro deste processo, já que são a geração mais antenada em novidades tecnológicas. É natural os jovens terem mais tempo para pesquisar sobre o tema e alguns podem até assumir a função de curadores da sala, por exemplo.

Leia o depoimento de Estêvão Oliveira (professor da UFPB Virtual)

Recentemente, os alunos me apresentaram o app Blab. Nele, até quatro pessoas discutem um assunto em formato de vídeo, enquanto outros podem acompanhar e interagir por mensagem de texto – similar ao Periscope. Além disso, os espectadores podem substituir algum dos apresentadores.Após instalar e utilizar o Blab algumas vezes, comecei a pensar nas possibilidades que ele poderia trazer para a educação, que vão desde um resumo ou resenha de alguma discussão que aconteceu, até a criação de debates e discussões criadas pelos próprios alunos sobre assunto relevantes, como o tema da redação do Enem.

Saiba mais sobre a UFPB Virtual, o Blab e o Periscope.

Para ajudar os educadores na missão de se manterem antenados, separamos uma lista com os principais recursos digitais que podem ser explorados no ensino. Confira abaixo!

Para se organizar

 

    • Podd: a plataforma permite que a correção das provas seja virtual e mais rápida.

 

    • Google Sala de Aula: com as ferramentas oferecidas pelo Google, é possível gerenciar o desenvolvimento dos alunos mais de perto.

 

    • Dropbox: é ideal para armazenar conteúdos e compartilhá-los com os estudantes.

 

Para se comunicar 

 

    • FacebookTwitter Whatsapp: apesar de serem usadas mais para o entretenimento, as redes sociais podem também funcionar como bons meios de comunicação com os alunos fora da sala. Eles ainda permitem o desenvolvimento de atividades online rápidas e a qualquer momento. São essenciais para o Mobile Learning.

 

    • Pertoo: o aplicativo permite um maior contato da escola com os pais, por meio do envio de notificação, anotações na agenda, entre outros.

 

Para criar aulas 

 

    • Prezi: com o site, é possível desenvolver apresentações mais interessantes e interativas com a sua turma. Veja também algumas dicas de como deixá-las ainda melhores!

 

    • Física em Cena: o canal no Youtube faz uma série de demonstrações que torna o aprendizado de Física mais simples. Videoaulas ajudam a representar o conteúdo de uma forma mais eficiente.

 

    • Infográficos: os infográficos são uma mistura de texto e imagem, de visualização rápida, mas chamativa e pontual.

 

    • Jogos: ao inserir jogos no cotidiano dos alunos, tornando a aula mais divertida, eles se interessam mais pela matéria e se sentem mais motivados.

 

Para praticar a criatividade 

 

 

    • Programação: cada vez mais escolas, em todo o mundo, têm promovido o ensino de programação.

 

Plataformas de aprendizagem online 

 

    • MOOCs: cursos abertos e gratuitos, sobre os mais diversos assuntos, muito usados na educação a distância.

 

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