Instituir a residência pedagógica para os professores da educação básica. Com esse objetivo, tramita na Câmara dos Deputados o PL 7552/2014, de autoria do Senador Blairo Maggi (PR-MT). Na residência educacional, o estudante dos cursos de licenciatura receberia uma bolsa de estudos para acompanhar as atividades da escola, sob a orientação de um professor da instituição. O projeto se assemelha ao da residência médica e possui vantagens tanto para os professores recém-formados quanto para a escola.
 
“A vantagem para o residente é poder, antes de iniciar o seu exercício profissional, ter contato com a escola de educação básica. Quando iniciar no exercício profissional, muita coisa já seria do conhecimento dele, por exemplo, o perfil socioeconômico e cultural da criança e do jovem que hoje frequenta a escola pública", defende o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ex- secretário Adjunto de Educação do Estado de São Paulo, João Cardoso Palma Filho.  
 
“Para a escola, é um serviço que ela presta, em razão de formar melhor aquele que no futuro poderá ser um de seus professores. Falta experiência prática para os graduandos. A residência pedagógica permite a articulação da teoria desenvolvida no curso superior, com a experiência prática”, justifica. 
 
Troca de experiências
A residência docente já acontece em escola pública como no Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro (RJ). O programa do colégio possui um ano de duração e carga horária total de 420 horas, que incluem atividades didáticas desenvolvidas na unidade escolar, em setores administrativo-pedagógicos, como laboratório e biblioteca, e de formação continuada, como oficinas e congressos. Os participantes recebem bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nos valores de R$ 400 a R$ 800.
 
“O critério principal para a seleção é ser professor da rede pública estadual e municipal, preferencialmente de escolas de baixo Ideb, com diploma de licenciatura plena ou de formação específica para os anos iniciais do ensino fundamental. Caso haja número de candidatos maior que o número de vagas oferecidas, a seleção obedece aos seguintes critérios: professor formado há menos tempo na licenciatura e professor mais novo”, explica a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura, Marcia Martins.
 
A professora de inglês, Juliana Lizzi, foi uma das residentes do Colégio Pedro II e aprovou a experiência. “Acredito que a residência é uma oportunidade incrível de repensar as práticas, perder velhos hábitos e ganhar coragem para tentar o novo. Minha formação foi muito boa, mas participar de um programa de residência foi enriquecedor”, garante.
 
Para o ex-residente de Artes, Arthur Cordeiro, a troca de experiências com o supervisor é um dos pontos positivos do projeto. “Planejávamos aulas, avaliávamos propostas, trocávamos sabores e dissabores da prática do processo de ensino e aprendizagem”, relembra. 
 
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