O dia 18 de novembro foi um marco para o projeto Ecoliderança, um dos vencedores do Prêmio Instituto Claro 2010 na categoria Inovar na Comunidade. No encerramento das atividades da 6ª turma do Projeto Ecoliderança, 28 participantes receberam o título de ecolíderes. Encerramento, então, não significa fim. Este é o momento em que novas ideias começam a ganhar o mundo.

O Ecoliderança é um programa de formação de líderes que busca a construção de uma visão sustentável do mundo. A edição que acaba de terminar teve início em abril e contou com 28 participantes indicados por instituições, escolas, sindicatos e associações de bairros, oriundos de 10 municípios do Rio Grande do Sul.

Enquanto as edições anteriores se destinavam a crianças entre 11 e 12 anos, esta última, apioada pelo Instituto Claro, priorizou jovens e adultos de diversas áreas de formação. “Foi um grupo muito mais engajado e comprometido. Eles vieram motivados a fazer uma ação que pudesse mudar suas realidades”, avalia o educador Irineu Lasch, coordenador-geral do projeto.

Wagner Silveira, um dos participantes e auxiliar de tratamento de água e esgoto do município Arroio do Meio, conta que a cada encontro do grupo vinha uma nova surpresa. O programa contou com 100 horas de trabalho, divididas entre palestras, treinamentos específicos e outras atividades, como trilhas e rapel. “Fomos a locais pouco explorados e vimos como a natureza age. Foram vários desafios”, diz.

Do pensamento à realidade

Uma das principais tarefas do participantes era, ao longo do programa, criar projetos que colocassem em prática ações sustentáveis. Ao todo, dez projetos foram apresentados, e os grupos priorizaram, sobretudo, a questão do lixo, trazendo propostas criativas para mobilizar suas comunidades a pensar sobre a reutilização de materiais e a destinação dos resíduos (no vídeo abaixo, você pode conhecer melhor um deles). “Se não temos condição de cuidar do nosso lixo, como vamos mudar o mundo?”, questiona Irineu.

https://youtu.be/j6-hDy_dTuU

Com outra temática, Mais verde, mais árvore, mais vida foi um dos projetos que se tornou motivo de orgulhou para o educador. “A gente gosta da natureza. Queríamos fazer ações para mostrar a importância do verde e servir de exemplo para outas pessoas”, conta Wagner Silveira, integrante do grupo que passou a promover o plantio de mudas de árvores ao longo de rios. Ao final do programa, 300 árvores haviam sido semeadas no município de Arroio do Meio. “Toda comunidade foi mobilizada: prefeitura, associações, igreja”, conta o coordenador-geral.

“Todo líder, além de ter uma causa, precisa saber se comunicar e aliar-se àqueles que estão na mesma caminhada”, acrescenta. Por esse motivo, a comunicação, a busca por parceria e a socialização das ações foram alguns dos principais eixos do programa. “A cada etapa, fomos fortalecendo nossa confiança para expressar o que sentimos”, conta Wagner, acrescentando que o grupo utilizou diferentes tecnologias de comunicação para mobilizar a comunidade, como o suporte de sites, blogs e rádio.

Este e os demais projetos foram apresentados na formatura realizada em novembro, que contou com a participação de familiares, amigos e autoridades da região. “Todos puderam enxergar o potencial daquelas pessoas e saíram também com o compromisso de fazer a diferença em sua realidade”, diz Irineu, lembrando que o trabalho não acaba por aqui. Todos, no momento da apresentação, comprometeram-se a dar continuidade aos projetos.

Wagner e o grupo já fizeram as contas para o próximo ano. O objetivo é chegar a 12 mil árvores em 2012.

Reconhecimento

Vyvian Céres Kontz, Irineu Lasch, Marilene Magri

Promovendo a horta caseira no município de Estrela, os frutos do projeto Cultivando Saúde foram compartilhados com a comunidade

Os quatro projetos que se destacaram ao longo do curso serão premiados. Os responsáveis pelo trabalho vão participar de uma viagem ao Rincão Gaia, lugar conhecido por sua biodiversidade e símbolo do poder de regeneração da natureza. “É um presente. Eles poderão conhecer um lugar maravilhoso”, diz Irineu.Um dos grupos selecionados para a viagem realizou o projeto Cultivando Saúde, que propõe a criação de hortas suspensas. A ideia é simples, mas promove a sustentabilidade em dose dupla: fazer hortas caseiras com o uso de garrafas pet.“A gente cresceu muito com o projeto”, afirma Amanda Sehn, integrante do grupo, acrescentando que o principal desafio foi mesmo o fator humano: manter o grupo unido. O plantio foi feito com a comunidade, e o resultado distribuído pelo bairro, com o suporte de um blog para disseminar a técnica.

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