Araraquara é uma das cidades prodígios do interior do Brasil. Volta e meia, figura em primeiro lugar em rankings como o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), que contemplam a educação como aspecto indispensável para o desenvolvimento local. Agora, o município entra também para o ainda restrito grupo de cidades distantes das capitais que se destacam por contar com instituições públicas que buscam inovar em práticas educacionais por meio das TICs (Tecnologias da Comunicação e Informação). O projeto Gincana Tecnológica e Investigativa de Química, um dos vencedores do Prêmio Instituto Claro 2010, acaba de virar realidade: o Centro de Ciências de Araraquara, unidade auxiliar da Unesp (Universidade Estadual Paulista), passa a oferecer à população uma aprendizagem lúdica e inovadora da química de forma gratuita.

A Gincana foi apresentada ao público no último dia 6 de setembro. No Centro de Ciências que funciona desde 1989, uma sala recebeu alunos, professores, gestores de educação, pesquisadores e interessados que puderam conferir com o idealizador do projeto, o professor José Maruyama, a dinâmica da atividade que utiliza, de forma integrada, celulares, laptops, lousa digital, ferramentas web e recursos digitais, como o QR Code, para envolver jovens estudantes. Veja no vídeo abaixo como funciona o QR Code:

https://youtu.be/rRuKDsb3eik

“Nossa Gincana é baseada em um enigma que, para ser desvendado, precisa do trabalho em equipe e do uso das tecnologias digitais”, diz ele. Na frente de uma lousa digital e de alguns adesivos com códigos em 2D (QR Codes), Maruyama explica que os grupos recebem um celular para iniciar a atividade e, após fotografarem o código digital e ganharem uma dica, começam uma corrida contra o tempo para decifrarem, com o auxílio de um total de nove dicas, o nome de um renomado cientista. “Não quisemos impor uma dinâmica de competição, por isso cada grupo vai ter de descobrir um cientista”, afirma ele.

As ferramentas tecnológicas fazem parte da dinâmica como elementos que reforçam as possibilidades de interação e de pesquisas, mas o foco está em conceitos e conteúdos de química que se espalham por todo o Centro de Ciências, nos laboratórios, nas salas expositivas e ainda no pátio do espaço, que ocupa uma área de 1.200 m2.

Entusiasmo da comunidade

José Maruyama, ao centro, com os alunos monitores

Os monitores treinados para acompanhar alunos do ensino médio na Gincana Tecnológica e Investigativa de Química – este é o público alvo, mas outros grupos podem participar- são jovens estudantes da Unesp que estão entusiasmados com a iniciativa. Lucas Pagliarini, um dos monitores responsáveis pelo Laboratório de Química, conta que estão todos na expectativa para receber muitas visitas nos próximos meses. “A atividade é muito instigante, e não vai ter jeito, os alunos vão competir. Até nós, monitores, competimos durante os testes”, conta entre risos. Cerca de 50 alunos deverão ser recebidos por semana para as atividades da Gincana. “Não temos data para finalizar o projeto. Na verdade, a nossa ideia é que o formato possa evoluir e que, no ano que vem, a gente tenha ainda mais novidades”, diz o animado Maruyama, responsável pela inscrição do projeto no Prêmio Instituto Claro. Monitor do Centro de Ciências quando era estudante universitário, ele hoje é professor voluntário na instituição e conta que, após ter o aval do coordenador do Centro, Luiz de Oliveira, colocou no papel a ideia de uma gincana interativa e colaborativa. Confira podcast com o coordenador Luiz de Oliveira:

Educadores celebram iniciativa

Educadores da região que foram ao lançamento, como a professora Kátia Zutin, não economizaram os votos de parabéns a Maruyama e Oliveira e prometeram visitas ainda mais constantes ao Centro de Ciências. “Eu já trazia os meus alunos aqui com alguma regularidade, pois acho importante explorar esses espaços fora da escola, que podem complementar o conteúdo que vemos em sala. Agora vou reforçar as visitas. Já estou saindo daqui para agendar a volta com os grupos, desta vez para a Gincana”, diz Kátia, que leciona em escolas de Araraquara e Ribeirão Bonito.

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