O projeto Aprender Brincando com Processing e Arduino é um dos três contemplados pela 3ª edição do Prêmio Instituto Claro na modalidade “Inovar na Escola”. Coordenado pela professora de química Izabel Goudart, a iniciativa pretende pesquisar e ensinar o uso da computação para a produção de conhecimento na escola e tem o objetivo de promover a tecnologia como linguagem criativa e como parte do processo de desenvolvimento artístico e científico dos estudantes.
Para tanto, o projeto realizará oficinas utilizando os softwares livres Processing e Arduino com professores e alunos do ensino médio de três instituições públicas do Rio de Janeiro: Colégio de Aplicação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Colégio Estadual de Souza Aguiar e Centro Federal de Educação Tecnológica. Durante as atividades, os participantes irão aprender a utilizar esses softwares e a descobrir suas potencialidades.
“A ideia é que os alunos possam se expressar e produzir conteúdo com todas as linguagens, não só a verbal”, disse Izabel Goudart. O projeto busca ir além da união de imagem, som e texto promovida pelo computador. “Queremos que os estudantes possam se apropriar da escritura do computador, que é diferente de simplesmente publicar conteúdo em uma plataforma pronta”, completa.
A primeira etapa do projeto é justamente familiarizar os envolvidos com o Processing e o Arduino, que são softwares de código aberto, o que permite que os usuários façam alterações em seus códigos para que se adequem às necessidades deles. Eles também possuem características que facilitam seu uso por quem não é um programador profissional. Ambos são gratuitos, e enquanto o Processing é mais usado por quem quer criar imagens, animações e interações, o Arduino funciona também como hardware e serve para criar objetos e ambientes interativos.
Depois de familiarizados com essas possibilidades, os grupos formados por professores e alunos do ensino médio de cada uma das escolas vão propor o desenvolvimento de projetos interativos de arte ou de visualização de dados. Ao envolver três instituições diferentes, a ideia ainda é que os participantes possam trabalhar e aprender juntos, acessar sites e fóruns na internet para encontrar soluções e compartilhar descobertas e problemas com todos os grupos e em sua própria rede. “Eles vão desenvolver o conhecimento dentro da lógica do software livre”, afirma Izabel. No final do processo, os grupos vão participar de uma oficina com um grupo de programadores que os ajudarão a aperfeiçoar o que foi produzido e que será exibido em uma mostra coletiva posteriormente.
Mobilidade
Importante para a realização do projeto é o laboratório nômade, formado por 15 laptops que migrarão entre as três escolas. A mobilidade dos equipamentos associada a dispositivos de conexão, como celulares e modens, pretende criar outro ambiente de trabalho, menos preso à arquitetura do espaço e que estimule a interação entre os alunos.
Izabel Goudart acredita que o trabalho com laptops dará mais autonomia para que os alunos busquem suas próprias soluções e resolverá dificuldades operacionais comuns, como a falta de estrutura dos laboratórios de informática para trabalhar com edição de áudio e de vídeo, banda larga insuficiente para conexão na nuvem e falta de suporte técnico.
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