Em 2007, na cidade de Tatuí, iniciou-se a primeira turma do projeto Jovem Doutor, idealizado dentro da Universidade de São Paulo. Eduarda foi uma das participantes da primeira turma do projeto, e enumera os impactos que o projeto teve em sua vida: “aprendi a valorizar o lado humano das pessoas, falar em público, e através dele escolhi minha carreira”. Hoje ela estuda Enfermagem e afirma que o projeto iniciou uma verdadeira corrente do conhecimento, já que os envolvidos nele passaram para frente os conhecimentos obtidos nas atividades.

Divulgação

Alunos do projeto se tornam disseminadores de conhecimentos sobre saúde

O projeto Jovem Doutor, idealizado pelo médico Chao Lung Wen, nasceu de uma linha de pesquisa que envolvia educação e saúde, na área de Telemedicina da USP. Com apoio do governo, da academia e da iniciativa privada, o projeto permitiu que o aprendizado na universidade se voltasse para a solução de questões comunitárias, e mais do que isso, para a formação de uma “cultura da saúde” dentro dessas comunidades, tornando a própria iniciativa sustentável. A iniciativa foi uma das vencedoras da última edição do Prêmio Jovem Cientista, do CNPq, que terá seus novos ganhadores divulgados em novembro. As TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) foram usadas para mobilizar e informar estudantes sobre questões relativas à saúde.

Mas os benefícios do projeto não param por aí. Ele também ajuda numa formação com os envolvidos para que esses desenvolvam habilidades e competências de disseminar o conhecimento obtido. Daí o nome do projeto, que não se refere a doutores recém-titulados, mas a pessoas que adquirem um conhecimento e o disseminam. Para isso, explica Eduarda, “o programa ajuda na interação dos envolvidos com comunicação, internet e tecnologia, promovendo uma inclusão social através da inclusão digital”.

Para a formação da primeira turma e do caso piloto, na cidade de Tatuí, as equipes de estudantes universitários foram treinadas em diversos aspectos, como tecnologia (treinamento em uso de videoconferência, computação gráfica, tutoria eletrônica), gestão de comunicação, áreas temáticas sobre saúde, e por fim a área educativa, envolvendo teleducação interativa e a criação de ambientes interativos para bibliotecas e museus.

Com essa formação, os currículos dos participantes do projeto foram complementados para a produção de conteúdos educativos, e as comunidades que receberam esse conteúdo só tiveram a ganhar com essa proximidade da universidade, já que estudantes do ensino médio e básico ganharam acesso a um conhecimento conceituado sobre cuidados com a saúde, e passaram a disseminar essas práticas.

Amazônia 

Áreas como a saúde pública e as TICs podem parecer distantes. Mas é justamente na distância que essa união se dá: com a sociedade informatizada e em rede, cuidados básicos com a saúde podem ser difundidos para locais de difícil acesso, que não têm uma cobertura ampla do poder público.

O projeto Jovem Doutor chegou à Amazônia em 2007, em duas cidades: Manaus e Parintins. Através de estratégias já difundidas em outras áreas, como a EAD, tutoria eletrônica, entre outras, profissionais, professores e universitários da USP e de Manaus estabeleceram métodos de disseminação de conhecimentos em saúde para estudantes do ensino médio, que receberam capacitação em diversos temas, como fotoproteção, câncer de pele, hanseníase, dengue, nutrição.

As atividades são organizadas por universitários de Manaus, com o apoio de estudantes da USP, o que mostra o forte papel que o projeto pode exercer dentro da cooperação estudantil por um desenvolvimento social e comunitário.

Estratégia Educacional

Chao Lung Wen lembra que esse projeto não é só uma iniciativa pontual e restrita à Universidade de São Paulo. Ele é a formação de uma estratégia educacional e de disseminação de conhecimentos em saúde, e portanto pode ser apropriada por qualquer outra instituição de ensino de saúde.

Mais do que a apropriação, vale lembrar, essa estratégia é flexível e pode ser adequada para resolver problemas de uma comunidade, respeitando suas especificidades.

Veja trechos da entrevista com o professor Chao Lung Wen abaixo:

 

https://youtu.be/1ynJpWHK6Ac

 

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