Os preceitos da eletrônica, quando experimentados na prática, podem ser de grande potencial pedagógico. Pois esse é o princípio do Projeto Electron – atividade de extensão da Universidade de Brasília (UnB) que utiliza kits de eletrônica para explicar conteúdos de física em escolas públicas. Habilidades como criatividade, trabalho em equipe, formulação do pensamento científico e crítico também são estimuladas. “Utilizamos paradigmas pedagógicos que priorizam a relação aluno-professor, e não um em detrimento do outro. E ressaltamos a educação como deveria ser: algo divertido, lúdico, significativo e direcionado aos interesses dos alunos”, contextualiza o professor e porta-voz do projeto, Rodrigo Ferreira Guimarães.
Para o desenvolvimento do processo educacional, além dos kits, o projeto também oferece entre 12 e 13 encontros semestrais com monitores – alunos de diversas áreas de graduação da UnB – com periodicidade semanal e duração de três horas. Já o acompanhamento da evolução dos alunos é realizado pelo professor da escola. Os monitores atuam ao lado dos professores da escola que recebe a iniciativa. “Esse voluntário é um orientador. Ele oferece formas de aprendizagem adequadas para cada estudante e alinhadas ao que o aluno deseja aprender”, reforça Guimarães.
Os kits são doados pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE- Brasil) e trazem os componentes eletrônicos com montagem simples. “Dessa forma, abre-se a possibilidade da montagem de circuitos complexos num curto espaço e a experimentação no molde dos antigos estudiosos: trocando componentes e observando o efeito”, descreve o professor. Ao todo, a maleta possibilita até 700 tipos de experimentos diferentes. Por meio dela, é possível tratar conteúdos como cargas elétricas; corrente elétrica; diferença de potencial (tensão); condutividade; associações; comportamento da tensão e da corrente nas associações; resistores; lei de ohm; multímetro; sentido da corrente; capacitores; transistores; entre outros. “Além do uso do kit, os alunos são convidados a desenvolver um projeto final, escolhido pelos menos mesmos”, destaca.
Em atividade desde 2012, o Projeto Electron direcionou seus primeiros anos aos estudantes do ensino médio. A partir de 2015, entretanto, passou a ter como principal foco os alunos alunos do ensino fundamental I e II. “A mudança foi motivada visando um reforço na base educacional”, justifica o professor.
Para Thaylson Lima – estudante do 9º do Centro de Ensino Fundamental Polivalente e participante do projeto – o maior desafio foi encontrar respostas para as questões propostas ao longo do curso. “O projeto tem uma forma de aprendizagem mais legal do que ficar só decorando uma coisa atrás da outra”, pondera. Opinião semelhante tem a estudante Catarina Paiva, de 14 anos. “Foi bom saber que não existe só a forma tradicional de aprender, assim como saber que consigo pensar coisas novas e ajudar o próximo”, relata. Já para Victor Laurentino do Nascimento, de 15 anos, testar e consertar a invenção? que criou foi um processo simultaneamente complexo e divertido. “O conteúdo ficou mais fácil dado dessa forma”, opina.
Segundo Guimarães, a vantagem do Projeto Electron é não tratar a ciência do jeito tradicional, nem buscar o que chama de “doutrinação dos estudantes à área de Engenharia”. “Engenharia não é trazer algo novo do nada, mas adaptar soluções já existentes, de qualquer área do conhecimento, para um contexto de necessidade”, explica. “Ou como dizia Lavoisier, ‘na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma’”, finaliza.
Como se cadastrar para redeber estes kits?
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Para saber mais sobre o projeto Electron, você pode entrar em contato direto com a Universidade de Brasília (UnB).
Obrigado!
Sou professora do ensino fundamental II e me matriculei em um curso técnico de eletrônica para inovar pedagogicamente na disciplina de Ciências Físicas e Biológicas