Os professores da rede pública estão abertos ao uso de novas tecnologias em sala de aula e gostariam que as avaliações externas abrangessem mais séries. Essas foram algumas das conclusões da pesquisa “Conselho de Classe: a visão dos professores sobre a educação no Brasil”, realizada pela Fundação Lemann, em parceria com o Ibope Inteligência e o Instituto Paulo Montenegro, divulgada na quarta-feira (14/10). O objetivo era dar voz aos professores do ensino fundamental I e II. Para isso, foram ouvidos mil profissionais de todo o país.
 
Quando o assunto é tecnologia, 81% acredita que o acompanhamento do professor com apoio tecnológico é positivo. “Havia a dúvida se professores mais velhos seriam mais resistentes, e não teve diferença quando separamos os dados por faixa etária. A grande questão é como trabalhar o aspecto da formação dos professores para essas tecnologias e a infraestrutura da escola”, pontua o coordenador de projetos da Fundação Lemann, Ernesto Martins Faria.
 
No caso das avaliações externas, 63% dos entrevistados acreditam que acabar com elas seria algo ruim, enquanto 51% gostariam de ampliá-las. Contudo, 80% precisaria de formação para orientar seu trabalho a partir dos resultados obtidos. “Talvez as avaliações externas estejam sendo pouco aproveitas. O que os professores estão dizendo é: reconhecemos o valor das avaliações, mas precisamos saber como usar esses resultados”, explicou Faria.
 
Apoio psicológico
Quando questionados sobre os fatores que precisam ser enfrentados com maior urgência, os professores ouvidos listaram falta de acompanhamento psicológico para os alunos que precisam, indisciplina dos alunos e defasagem no aprendizado. As respostas ficaram na frente de questões como baixa remuneração, formação inicial e currículo. “Chama atenção que as primeiras respostas falem de problemas do dia a dia que os professores enfrentam. São desafios que vão além do ensinar português ou matemática. As políticas educacionais precisam dar um suporte para essas questões”, avalia o pesquisador. 
 
Ainda segundo a pesquisa, os professores se sentem pouco ouvidos pelos outros atores educacionais, como sindicatos, secretaria da educação e meios de comunicação; acreditam que escola e pais devem ter um diálogo mais próximo, e precisam de apoio para garantir a formação efetiva dos alunos – principalmente em relação a heterogeneidade de estudantes na sala de aula. “Num ano você recebe um aluno com síndrome de Down e estudo sobre o assunto para ajudá-lo. No ano seguinte, não é mais Down, é paralisia cerebral. Você estuda tudo de novo”, disse um professor da rede municipal ouvido na pesquisa. Para saber mais sobre os resultados, visite o site da Fundação Lemann.  
 
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