O livro Tecnologias para a Educação Inclusiva é organizado pela professora Darcy Raiça e composto por 11 artigos de professores pesquisadores da pós-graduação da PUC-SP e educadores convidados. O livro inicia abordando dois cenários enfrentados pelos educadores no sistema educacional atual: a inclusão de pessoas com necessidades especiais e o uso da tecnologia na educação. Nem todos os artigos, mas a maioria mostra como inserir essa parcela da população com necessidades educacionais especiais no contexto da escola através do uso das tecnologias. Nas palavras do próprio livro, “as novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), quando utilizadas por profissionais bem preparados, podem se transformar em preciosas ferramentas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem inclusiva, colaborativa e, acima de tudo, contextualizada ao mundo contemporâneo”.
No primeiro capítulo, a professora Darcy Raiça faz uma abordagem do contexto escolar nos tempos atuais: tecnologia e educação inclusiva. Faz algumas considerações acerca da história da educação inclusiva e de como se consolidou esse movimento no Brasil, que visava garantir o acesso de todas as crianças à escola.
Segundo Raiça, o “despreparo dos professores e o excesso de alunos por sala, assim como a falta de apoio no processo de inclusão, costumam ser foco de queixas e resistência dos professores do movimento inclusivo”. Porém, afirma a professora, isso não acorreu com todos os educadores, visto que alguns obtinham bons resultados com esses alunos.
O livro aborda também a resistência ao uso da tecnologia por parte dos professores nas escolas e à velocidade da tecnologia, que torna necessárias constantes atualizações por parte dos docentes. Ainda aponta a importância da inclusão, afirmando ser uma necessidade humana fazer parte da sociedade. Discute também o quanto os recursos da tecnologia podem auxiliar os professores no processo de inclusão escolar, apontando que existem várias maneiras de explorar o uso da tecnologia na educação, mostrando alguns fatores que pode auxiliar os professores.
O professor José Moran colabora com o segundo capítulo, em que aborda as muitas “inclusões necessárias na educação”. Expõe o paradoxo entre a educação como direito x negócio. Moran fala da inclusão digital na escola, da integração das mídias e da magnitude das mudanças que, de forma acelerada, estão acontecendo na sociedade mediada pela tecnologia em rede. “Escolas não conectadas são escolas incompletas mesmo quando didaticamente avançadas”, afirma.
No terceiro capítulo, a professora Elisabette Prado se apóia nas teorias de Piaget, Vygotsky, Paulo freire e Dewey para falar da história do computador na escola. Aponta a necessidade dos professores estarem preparados para uma prática focada não somente nos recursos tecnológicos, e sim, uma prática pedagógica que contemple também os aspectos educacionais. Para isso, faz demonstrações em gráficos mostrando as duas situações.
O professor José Armando Valente apresenta-nos um capítulo riquíssimo: “Os Diferentes Letramentos como Expansão da Inclusão Digital: Explorando os Potenciais Educacionais das Tecnologias da Informação e Comunicação”. Valente aponta os diferentes tipos de letramento, termo utilizado para esclarecer diferentes níveis de aquisição da leitura e escrita, no contexto do uso das tecnologias, abordando o letramento digital, visual e informacional.
Um outro capítulo muito capaz de sensibilizar aborda o uso da tecnologia robótica na inclusão de pessoas com deficiência. João Vilhete e Maria de Fátima mostraram alguns dispositivos desenvolvidos no NIED que têm como objetivo auxiliar na autonomia de pessoas com deficiência. Para tanto, o capítulo apresenta figuras de maquetes e fotos de alunos usando os ambientes. Abordaram também a definição de autonomia na visão de autores, tais como: Sassaki (1997), Pfeifer (1998) e Vigotsky (1997, 2001)