Casos de furto de material escolar estavam se tornando frequentes no Colégio Estadual Hermes Miranda do Val, em Simão Dias (BA) – localizada a 317 Km de Salvador. Um dia, um dos alunos do 3º ano do ensino médio perguntou para a vice-diretora Simone Bocaiuva se poderia conversar com os alunos envolvidos no incidente antes de serem adotadas medidas administrativas, como a suspensão. O bate papo não apenas foi efetivo como deu origem para a criação do Grupo de Apoio e Conselhos (GAC), no qual os próprios alunos atuam como mediadores na resolução de problemas que acontecem dentro e fora da sala de aula.
A história do Colégio Estadual Hermes Miranda do Val foi uma das cinco finalistas no
Desafio Criativos da Escola, projeto desenvolvido pelo Instituto Alana. “Recebemos 419 projetos de todos os estados brasileiros. Eles eram muito diversos, mas o que estávamos buscando eram projetos que tenham sido protagonizados pelos alunos, criados e desenvolvidos em equipe e que traziam soluções empáticas para o problema”, explica a diretora de comunicação do Instituto Alana e coordenadora do projeto, Carolina Pasquali.
Confiança
Mas o que é necessário para desenvolver a criatividade em ambiente escolar? “Em primeiro lugar, deve haver espaço para o protagonismo, que se dá quando há um estímulo para novas ideias e propostas. Cito ainda fomento à investigação, vontade de trabalhar em grupo, de misturar séries e idades de acordo com os interesses e espaço para o fazer. Para que tudo isso ocorra, é necessário que o professor se coloque no lugar de um
facilitador desse processo, de alguém que estimula e acredita, que descobre junto”, lista Carolina.
Para a vice-diretora Simone Bocaiuva, é preciso dar espaço para os alunos se expressarem. “Devemos confiar na atuação deles, pois eles também querem uma escola mais harmoniosa”, afirma.
Opinião semelhante tem o professor de história Jefferson Alexandre Prado, do Centro de Educação Nery Lacerda, de Sobradinho (DF) – localizada a 22 Km de Brasília. Sua disciplina era uma das campeãs de reprovação quando seus alunos propuseram a utilização do jogo Minecraft – que permite criar cenários e objetos a partir de blocos que se encaixam – nas aulas. “É preciso valorizar o que o aluno trás, incorporar sua participação na construção da aula. A escola ainda mata a criatividade dos estudantes”, destaca.
O
apoio da gestão também é citado pelo professor como outro item fundamental para que projetos criativos encontrem terreno fértil na escola. “Se o corpo gestor apoiar, aí a escola tem tudo para ser um local de muitas descobertas, que realmente forma cidadãos preparados para viver no século XXI”, complementa Carolina.
Para saber mais sobre os projetos selecionados na primeira edição do desafio Criativos da Escola, bem como descobrir dicas para estimular a criatividade em ambiente escolar, acesse a plataforma
Eu sou Criativo.
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