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Cerca de 60% das pequenas e micro empresas recém-criadas vão à falência antes de completar cinco anos, segundo dados do Sebrae. O principal motivo está na ausência de um plano de negócios sólido e no pouco domínio de gestão dos empreendedores. Essas lacunas são justamente as duas principais frentes de atuação das incubadoras ligadas às instituições universitárias, que cada vez mais se estabelecem no Brasil como poderosas aliadas dos jovens empreendedores.

As incubadoras são responsáveis por fazer a ponte entre as universidades e o mercado. Para isso, oferecem consultoria para o desenvolvimento de planos de negócios viáveis, cursos de gestão, acesso a órgãos de fomento a pesquisa e tecnologia, além do estímulo proporcionado por um local em que se respira o empreendedorismo, o que ajuda na formação de uma forte rede de negócios.

Mas engana-se quem pensa que somente universitários podem aproveitar esses centros. Empresas já consolidadas no mercado ou até mesmo profissionais com uma boa ideia estruturada podem procurar uma incubadora caso estejam em busca de uma formação ou consultoria.

Uma das maiores incubadoras brasileiras é ligada à Universidade de São Paulo. Criada em 1998, o Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia) já auxiliou mais de 350 empreendimentos. Atualmente, presta serviços para cerca de 140 empresas. Todos os incubados passam por um único processo seletivo, aberto três vezes ao ano, que é obrigatório para o ingresso da empresa na incubadora, não importando a etapa em que se encontra o negócio. Ao contrário de muitas incubadoras, o processo seletivo não está restrito a alunos e ex-alunos da USP.

Após as seleções, os concorrentes passam por um curso intensivo de duas semanas sobre gestão e plano de negócios. “É uma completa imersão dentro do mundo do empreendedorismo e da inovação”, afirma Sérgio Risola, diretor do Cietec. Segundo ele, o rigoroso processo seletivo se torna quase que um certificado para o mercado da viabilidade e da seriedade daquela empresa incubada.

Após essa segunda etapa, as empresas que passam por esse curso intensivo apresentam os seus planos de negócios completos para a instituição. Nesse período, o Cietec presta consultoria especializada para os concorrentes. Risola destaca que apenas entre 10 a 15 empreendimentos são selecionadas para receber apoio completo, com cursos especializados em gestão, contato direto com as agências reguladoras, órgãos de fomento, editais, entre muitas outras vantagens. 

Estrutura

O Cietec possui hoje 21 funcionários, entre diretores e consultores. Risola estima que os gastos da instituição sejam de R$ 200 mil por mês. Como fonte de renda, o centro tem um “condomínio” pago pelas empresas incubadas e uma taxa de 2% do faturamento das empresas pós-incubadas, que é cobrada por um período igual ao que ela ficou dentro do Cietec.

O centro também participa de editais da Fapesp, CNPQ, Finep, entre outros órgãos de fomento, e recebe apoio do governo, da universidade e de outros parceiros. Sobre o papel da universidade dentro do Cietec, além do intercâmbio de saberes entre as empresas incubadas e a formação acadêmica, Risola destaca que um terço das empresas atendidas pelo centro foram fundadas por alunos da graduação e da pós da USP e de outras faculdades.

TICs e educação: um negócio promissor

Aztek pretende possibilitar a aprendizagem através de dispositivos móveis

Uma das etapas de uma empresa incubada no Cietec é a permanência no “hotel de projetos”, que é uma fase de pré-incubação onde a empresa aprofunda suas atuações e se prepara para se lançar no mercado. É onde atualmente se encontra a Aztek, fundada pelo engenheiro de computação Eduardo Seiti e mais dois sócios. A Aztek lançou seu primeiro produto em outubro, e ele chegará no mercado já em janeiro de 2011. Trata-se de uma plataforma de mobile learning (modalidade de ensino a distância via celular). Depois de três anos trabalhando no setor privado, Eduardo voltou para a universidade em que se formou em 1995 para articular suas experiências com a pesquisa universitária. Procurou o Cietec com uma ideia e desenvolveu todo o projeto e o plano de negócios com a ajuda da consultoria oferecida pela incubadora. Hoje com cinco funcionários e prestes a se lançar no mercado, Seiti está animado com os resultados. “O lucro é sempre importante, mas é resultado de um bom projeto, e um bom projeto tem de ter valores, tem de ajudar a sociedade.”

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