Alarme, jogos, acesso à internet, SMS… Como utilizar as tecnologias digitais para oferecer mais do que serviços de comunicação e ir além das funcionalidades que hoje qualquer simples aparelho possui?

A resposta da Claro é utilizar todo esse potencial para ajudar na conquista de um bem que interessa a todos os brasileiros. Na entrevista abaixo, o presidente da empresa, João Cox, explica como a Claro chegou à causa da educação, à criação de um Instituto e ao caminho de trabalhar em conjunto com outros atores sociais em prol de um aprendizado mais lúdico, dado no contexto das novas tecnologias de informação e comunicação.

Como foi o desenvolvimento empresarial da Claro e como ele desemboca na criação do Instituto?

O primeiro ano que trabalhamos, com a minha chegada em 2006, foi muito dedicado a focar internamente, buscar melhorar processos, procurar conceituar a marca e reposicioná-la no mercado. Mas uma coisa me intrigava e me instigava desde os primeiros dias: tínhamos ações concretas de responsabilidade social, mas não um órgão que concentrasse e organizasse consistentemente essas ações. É esperado que toda empresa tenha uma postura de responsabilidade social coerente e nós consideramos essa uma prioridade. Definitivamente, não era a nossa opção fazer algo somente para dizer que nós fazemos. Para obter um carimbo de “empresa dita socialmente responsável”, tínhamos de ter algo de que a gente tivesse convicção. E algo com que a gente pudesse contribuir de fato, com uma competência que a gente já tinha e que pudesse ser aliada à competência de outros. A forma como me deparei com o tema da educação pela primeira vez foi surpreendente. Eu tive acesso a um trabalho de planejamento de longo prazo que o governo havia feito e, nesse trabalho, só se falava em educação como a prioridade eleita pelos brasileiros. E eu fiquei tão intrigado com a forma como se falava nesse trabalho, que eu pedi para falar com a pessoa. Era o Coronel Oliva, então secretário especial do governo na Casa Civil. Eu fiquei surpreso. Ele fez uma pesquisa amostral e o que os brasileiros achavam que era prioridade? Veio educação a quilômetros de distância da segunda opção. E então ele falou “poxa, deve ter algo errado com a pesquisa, foi muito diferenciado”. Daí fez pesquisa aleatória. Chegou para os portais de Internet e pediu “olha, deixa um link para quem quiser responder a essa pesquisa”. E deu educação. Por toda e qualquer tentativa isso ficou evidenciado. Para mim ficou cristalina a preocupação da nossa sociedade com a educação, como a forma de mudar o Brasil de patamar.

E como se chegou ao foco específico do instituto, a ligação com a tecnologia?

Dominamos a tecnologia, estamos em um negócio que evolui de maneira brutal. Por que não instigar as pessoas a criarem conteúdos de educação através das novas tecnologias? E aí a gente pode ir chegando ao tema central do Instituto, o suporte à educação por meio do uso de tecnologias inovadoras. Eu acho que o instituto personifica todo o conjunto de ações que a Claro quer fazer, em busca de contribuir para a sociedade.

Como com os projetos culturais, o Claro Curtas, por exemplo?

Esse projeto é muito interessante. Fazer as pessoas usarem o celular para fazerem filmes. Foram escolhidos 20 curtas e, depois, essas pessoas dos mais diversos cantos do país vieram para São Paulo para participar de workshops e debates abertos ao público com profissionais supercraques e aprender ali como melhorar tecnicamente.  E foi ótimo ver a reação no dia da premiação e a animação das pessoas. E saber que a gente contribuiu, que incentivamos esse caminho. É muito importante também a questão de nortear. Não é só enxergar e fazer, mas é, a partir daí, criar a condição para que aquela pessoa que tem o talento, que foi premiada, não só seja premiada, mas que consiga a partir daí criar condições de empreender e seguir em frente na carreira em que ele próprio se achou.

 

Sobre a questão do voluntariado: com a criação do Instituto, e com ele a definição dos focos de atuação do investimento social da empresa, há então uma expectativa de  envolvimento dos funcionários, dos fornecedores nesse processo?

Seguramente. Estamos conversando com os nossos fornecedores, procurando envolvê-los na questão de logística de recolhimento de baterias. Queremos envolvê-los ainda mais nos projetos de responsabilidade social. O objetivo não é divulgar o Instituto, mas divulgar a causa. Seja qual for o tema de responsabilidade, de sustentabilidade, o que nós queremos é fazer as coisas acontecerem.

O senhor acredita que isso constrói a marca da Claro?

Algumas pesquisas que começamos a fazer mostram que a sociedade está querendo ver pessoas e empresas que abdiquem de certas coisas em prol de algo que outras pessoas vão fruir. Então eu acho que sim, isso fortalece a marca. É uma coisa que não exige propaganda. Todos cada vez mais começam a ter a impressão de que o mundo vive em uma comunidade. Inconscientemente, não importa se a pessoa é cliente ou não, ela respeita quem respeita. E eu acho que esse é o tipo de coisa que não precisa de propaganda. Você precisa ter atitude, porque atitude é o que constrói a sua imagem.

Como você enxerga a evolução das tecnologias dos celulares?

Uma pesquisa dizia que os jovens já não usavam mais relógio. E eu volto para casa e começo a me dar conta que meus filhos não usam relógio. Para que ter outro relógio? O celular mostra a hora! E máquina de fotografar? Hoje se produz mais máquina de fotografar dentro do celular do que fora! O celular, que começou como a comunicação com mobilidade, atraiu tantas pessoas que justificou fornecer texto. Isso acabou atraindo mais pessoas, o que justificou colocar relógio no celular etc. Então você tem um círculo virtuoso, em que o celular é a plataforma de desenvolvimento tecnológico que o mundo escolheu. A convergência de todas as tecnologias se dá no celular. Muitas vezes as pessoas me dizem “ah, mas agora com cento e tantos milhões de pessoas, vai parar o crescimento, não tem mais nada o que inventar”. Que nada! A gente está na idade da pedra do celular ainda!

Dentro dessa afirmação, onde entra a educação e o acesso ao conhecimento?

O governo percebeu que a banda larga, a internet, é um acesso à informação mais lógico, mais rápido e mais eficiente do que tínhamos no passado. Eu cresci ainda na época das enciclopédias, em que você tinha que fazer uma opção entre uma Larousse e uma Barsa.  Hoje você tem acesso a tudo e muito mais pela internet em frações de segundos. O governo está ciente disso, mas é triste ver que o Brasil, apesar de ter conseguido tanto avanço na telefonia celular, não conseguiu o mesmo com o acesso à internet. No fim de 2007, que foi quando a Claro lançou no país a banda larga no celular, apenas um milhão de pessoas tinha acesso à internet com velocidade de um mega. Em um ano, nós elevamos muito o sinal de banda larga de 3G, mas não quer dizer que as pessoas estejam usando.

Nesse aspecto, quais as perspectivas de contribuição efetiva com a criação do instituto?

A nossa tecnologia é o que se tem de mais moderno no mundo. É a que se chama HSDPA 7.2. Teoricamente você pode baixar a uma velocidade de sete megas, mas o que acontece? Desde o início, a gente procurou não criar expectativas excessivas, e oferecemos a velocidade de um mega, que é razoável para um telefone celular, e obviamente já estamos estudando e trabalhando para evoluir as funções tecnológicas desse sistema. Eu acho que essa tecnologia vai permitir democratizar o acesso à internet, e democratizar o acesso ao conhecimento. Mais do que isso, interiorizar esse acesso rapidamente. Hoje, 97 milhões de pessoas no Brasil já têm sinal 3G e vão, portanto, passar a ter acesso a informações que não tinham antes. É esse o desafio que a gente quer colocar à sociedade. Instigar o desenvolvimento de conteúdo para fazer uso dessas novas tecnologias que aí estão.

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