Educadores fazem parte da equipe interna da Bienal de São Paulo (Crédito: divulgação)
A visita a um museu ou outra instituição cultural pode ser mais do que entretenimento: ela estimula o aprendizado e a observação. Nesse sentido, o trabalho realizado pelos educadores desses locais – também chamados de mediadores culturais – é central no processo de aprendizagem.
“Os mediadores propiciam o diálogo com os visitantes acerca das questões presentes no museu, dando-lhes novos significados. Assim, eles têm um papel importante na leitura que o público faz dos objetos expostos”, assinala a doutoranda em Educação pela USP e diretora da Percebe, Maria Paula Correia. “Há um caráter de educação não formal, pois trata-se do processo de construção de significados pela sociedade que acontece fora do espaço escolar”, acrescenta.
Aprendizado autônomo 
A comunicação com o público pode ocorrer apoiada na própria exposição ou em ações dirigidas, como oficinas. No Museu da Casa Brasileira (MCB), as ações educativas acontecem nos espaços internos e externos da instituição. “Há atividades no jardim, horta, varanda e arredores, procurando potencializar o que esses espaços sugerem”, descreve o coordenador do Educativo, Carlos Barmak.
O trabalho do mediador também vai além de palestrar sobre as obras. “Claro que há o caminho percorrido e a escolha das peças para abordar, mas entendemos a mediação cultural mais como uma conversa continuada do que uma explicação. É preciso escutar e pensar a aprendizagem pela autonomia”, enfatiza a curadora voltada à educação da 32ª edição da Bienal de São Paulo, Sofia Olascoag.
Fazer do público sujeito da sua aprendizagem também é uma preocupação do MCB. “A relação dos educadores com o público se dá por meio de propostas investigativas. Queremos propor experiências que possibilitem a invenção de narrativas e que levem em conta suas memórias e projeções”, explica Barmak.
O mediador também deve compreender que a aprendizagem não ocorre apenas no campo cognitivo. “É importante ressaltar que há diferentes dimensões no processo de aprendizagem. Em exposições, há dimensões afetivas, motoras, sociais e lúdicas, influenciadas pela consciência, emoção, memória e percepção de cada visitante”, diz.
Reunião de mediadores no pavilhão da Bienal de São Paulo (Crédito: divulgação)
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