Porto Alegre – Lá pelos anos 80, quando Richard Stallman fundou o Movimento Software Livre, ele desejava que, em um futuro breve, os governos do mundo inteiro pudessem apoiar a sua causa. O objetivo continua sendo perseguido e a filosofia de acabar com as patentes de softwares ganha adeptos na medida em que a web se torna mais colaborativa. O Brasil é um dos países em que o ativista político se sente em casa. Não precisa conversar com ele para saber o porquê. No 10º Fórum Internacional do Software Livre, em Porto Alegre, o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação e seus parceiros, reafirmou a proposta de expandir a cultura do software livre ao apresentar novos recursos educacionais desenvolvidos de acordo com os conceitos do movimento.

 

O MEC tem a justificativa na ponta da língua para a defesa do software livre. “O que é produzido com dinheiro público, tem que estar disponível para o povo”, diz José Eduardo Bueno de Oliveira, diretor de tecnologia da informação da pasta. A afirmação ganhou força com a assinatura de documento que tornou o Linux Educacional, software idealizado pelo MEC e utilizado na informatização das escolas brasileiras, público. Qualquer pessoa, seja professor, coordenador pedagógico, estudante ou simplesmente um curioso do mundo do software, pode baixar o aplicativo mais utilizado nas escolas públicas do país.

 

 

Para “rechear” o sistema, os usuários encontram ainda o WebEduc, um portal de conteúdos educacionais. Nele, softwares em códigos abertos contemplam jogos e exercícios para diferentes disciplinas da grade curricular. “Isso permite que professores adaptem os programas às suas realidades. Eles podem modificar o conteúdo para se adequar aos seus alunos”, avalia o gerente de projetos da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação, Cristiano Bento.

Antenado no ambiente da web 2.0, o MEC anunciou a ampliação de aplicativos que prezam pela interação. Após o Portal do Professor, espaço que oferece diversos recursos e ambientes para os educadores trocarem informação e experiências, será lançado agora o Portal do Aluno, cujo conceito é baseado em redes sociais. “Os alunos terão acesso a conteúdos educacionais, poderão realizar pesquisas e tarefas de aula, compartilhar fotos e vídeos, postar mensagens para os colegas”, enumera Marcelo Otte, gerente do Centro de Convergência Digital da Fundação Certi, responsável pelo portal.

Até mesmo um professor de uma escola que ainda não tenha acessa à internet, poderá apresentar as interfaces do Portal do Aluno na sala de aula. Isso porque, além do novo sistema operacional desenvolvido e da proposta de rede social, o MEC encomendou à equipe do Centro de Convergência Digital da Fundação Certi (SC) um projetor interativo que também funciona como computador portátil. O equipamento não tem concorrentes no mercado, segundo José Lacerda, pesquisador da Fundação Certi. Baseado em plataforma de software livre, permite a conexão wireless, conta com teclado na lateral, possui mouse, duas entradas para USB e caixas de som acopladas. “Uma página da web pode ser trabalhada na sala de aula apenas com esse projetor, desde que exista uma rede que cubra o local”, explica Lacerda.

E-Proinfo
Ambiente colaborativo de aprendizagem, o E-Proinfo atualmente é composto por dois sites, o do Participante e o do Administrador. Uma nova versão apresentada pelo Ministério da Educação no 10º Fórum Internacional do Software Livre mostrou uma unificação desses ambientes.

Agora, em um só site será possível realizar inscrições em cursos e pesquisar na biblioteca virtual, ações que, na versão anterior do E-Proinfo, eram realizadas em sites distintos. Os ambientes de interação entre usuários, como chat, fóruns e bancos de projetos, foram aperfeiçoados e, com nova programação, oferecem mais possibilidades. O acesso a fórum para TV Digital é um dos aplicativos previstos inéditos. A versão atualizada será finalizada, segundo o MEC, até o final deste ano.

 

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